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Mais de 13,5 milhões de brasileiros vivem em favelas nas metrópoles do país

Brasil tem 16,4 milhões de pessoas em comunidades; mais da metade da população de Belém e Manaus moram nesses locais

Cidades|Clarissa Lemgruber, do R7, em Brasília

Rocinha voltou a ser a maior favela do país Fábio Motta/Estadão Conteúdo/28.11.2005

O Brasil tinha 16.390.815 de pessoas morando em favelas e comunidades urbanas em 2022. O número corresponde a 8,1% do total de brasileiros. Ao todo, 13.546.342, ou 82,6%, se concentram nas grandes metrópoles do país. Os dados são do Censo Demográfico de 2022, divulgado nesta sexta-feira (8) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O instituto define favela como um território popular originado das diversas estratégias utilizadas pela população para atender, geralmente de forma autônoma e coletiva, às necessidades de moradia, diante da insuficiência e inadequação das políticas públicas e investimentos privados dirigidos à garantia do direito à cidade.

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Segundo o levantamento, 43,4%, ou 7,1 milhões de pessoas moram em favelas localizadas no Sudeste. Em seguida, considerando a população das comunidades, aparecem o Nordeste, com 4,6 milhões (28,3%); Norte, com 3,3 milhões (20%); Sul, com 967 mil (5,9%); e, por último, Centro-Oeste, com 391 mil (2,4%).

São Paulo é o estado com a maior população residente de favelas no país. São mais de 3,6 milhões de pessoas. Rio de Janeiro aparece em segundo lugar, com 2,1 milhões. Pará, Bahia e Amazonas completam os cinco primeiros lugares do ranking nacional, com 1,5 milhão, 1,37 milhão e 1,36 milhão de moradores de favelas, respectivamente.


Juntando os moradores de favelas de São Paulo, Rio de Janeiro e Pará — os três primeiros colocados —, o número chega a 44,7% do total.

O IBGE voltou a usar o termo “favela e comunidades urbanas”. Desde a década de 1970, o instituto vinha usando expressões como “aglomerados urbanos excepcionais” ou “aglomerados subnormais”.


Quantidade de favelas no Brasil por região Luce Costa/Arte R7

Cidades com mais moradores de favelas

Entre as capitais e cidades com grandes concentrações urbanas, Belém (PA) e Manaus (AM) se destacam por ter mais da metade — 57,1% e 55,8%, respectivamente — da população morando em favelas.

Na sequência, aparecem Salvador (BA), São Luís (MA) e Recife (PE), com 34,9%, 33,2% e 26,9%, respectivamente, das pessoas vivendo nesses locais.


Distribuição das favelas

O Brasil tinha, em 2022, 12.348 favelas e comunidades urbanas distribuídas em 656 municípios. Veja abaixo a distribuição por região:

Sudeste: 6.060 (48,7%)

Nordeste: 3.313 (26,8%)

Norte: 1.438 (11,6%)

Sul: 1.278 (10,4%)

Centro-Oeste: 303 (2,5%)

São Paulo lidera o ranking de estados com o maior número de favelas e comunidades urbanas — 3.123. Rio de Janeiro e Pernambuco aparecem na sequência, com 1.724 e 849 favelas, respectivamente. Juntos, os três estados respondem por 46,1% das favelas do país.

Nos últimos lugares estão Tocantins, com 39, Mato Grosso do Sul, com 31, e Roraima, com 10 favelas.

Ao todo, 8.952 (72,5%) das favelas do país têm até 500 mil domicílios. Outras 1.928 (15,6%) comunidades têm entre 500 e 1.000 domicílios, e 1.468 (11,9%) têm 1.000 domicílios ou mais.

Rocinha volta a ser maior comunidade do país

O estudo mostra que 858 mil pessoas moram nas 20 maiores comunidades do país. A Rocinha, no Rio de Janeiro, superou o Sol Nascente, no Distrito Federal, e voltou a ser a maior favela, com 72.021 habitantes. Veja abaixo o ranking:

Vinte maiores favelas do Brasil Luce Costa/Arte R7

Perfil médio do morador de favela

Dos 16,4 milhões de moradores de favela do país, 8,5 milhões (51,7%) são mulheres e 7,9 milhões (48,3%) são homens. A idade mediana — a medida que divide a população em duas partes iguais, ou seja, a idade que separa a metade mais jovem da metade mais velha — é de 30 anos.

Segundo o IBGE, a maioria da população que mora em comunidades é parda — 9,3 milhões. Em seguida, as pessoas brancas são 4,3 milhões. A população preta corresponde a 2,6 milhões. Indígenas são 134 mil, e amarelas, 16,4 mil.

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