Metade dos usuários de transporte público depende totalmente de ônibus, diz CNT
Pesquisa divulgada nesta quarta mostra que o transporte é considerado um dos três maiores problemas urbanos no país
Cidades|Jéssica Gotlib, do R7, em Brasília
Ônibus são a única alternativa disponível para 52% dos passageiros de transporte público em cidades de grande e médio porte no Brasil. O dado é da pesquisa Mobilidade da População Urbana, divulgada pela CNT (Confederação Nacional do Transporte) nesta quarta-feira (7). Para o levantamento, foram ouvidas 3.117 pessoas, em 319 municípios com mais de 100 mil habitantes, entre 18 de abril e 11 de maio deste ano.
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Segundo o relatório, a importância dos ônibus pode ser atribuída à capilaridade do transporte rodoviário, ou seja, está presente em mais lugares. “Assim como a existência dos elementos de priorização que podem reduzir o tempo de deslocamento em relação aos carros. Há, ainda, os que afirmam que o custo deste é menor em relação aos demais meios ofertados”, explica o texto.
Apesar disso, o número de usuários deste meio de transporte caiu 14 pontos percentuais em relação ao levantamento anterior, feito em 2017. Entre as justificativas, o documento aponta o aumento do número de carros próprios, que chegou a 29% neste ano, e a popularização das viagens por aplicativo.
De acordo com os entrevistados, as corridas por aplicativos têm bom desempenho em algumas das principais demandas dos passageiros: atributos quanto a comodidade e conveniência, refletidos nos critérios de maior rapidez da viagem (49%); flexibilidade de rotas e horários (43,2%); maior conforto (43%); e facilidade de acesso (36%).
Transporte é um dos principais problemas das cidades brasileiras
O número de pessoas que consideram o transporte público um problema quase dobrou em sete anos, passando de 12,4% para 24,3%. Na opinião dos entrevistados, o tema só é menos preocupante que a saúde e a segurança pública. Na edição anterior, o desemprego era citado antes que a locomoção.
Os entrevistados mais críticos foram aqueles que moravam em regiões com população entre 1 milhão e 3 milhões de habitantes. O tema foi mencionado por 27,2%