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MP cobra resposta sobre falhas em hospitais do AM; falta até sabonete

Procuradoria pediu explicações ao governo do estado sobre as irregularidades em unidades de saúde de Manaus identificadas durante ações de fiscalização

Cidades|Ricardo Pedro Cruz, do R7

Hospital Nilton Lins é referência no combate à pandemia em Manaus
Hospital Nilton Lins é referência no combate à pandemia em Manaus

O MPF (Ministério Público Federal) e o MP-AM (Ministério Público do Estado do Amazonas) encaminharam ofício ao Governo do Amazonas cobrando explicações sobre irregularidades em unidades de saúde em Manaus.

Ações de fiscalização do Denasus (Departamento Nacional de Auditoria do Sistema de Saúde) indetificaram a ausência de itens básicos para controle de infecção, como sabonete, por exemplo, no Hospital Nilton Lins —referência no tratamento da covid-19.

No documento, os órgãos pedem que a Secretaria de Estado de Saúde apresente informações sobre as "causas relacionadas a irregularidades estruturais, desrespeito ao distanciamento mínimo entre leitos, falta de organização e de espaço adequado para controle de fluxo de pacientes e até falta de materiais para controle de infecção, contrariando normas recomendadas pelos órgãos sanitários." A pasta também terá que demonstrar quais ações serão tomadas para solucionar as inconformidades. 

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O relatório do Denasus apontou deficiências estruturais no Hospital Nilton Lins, como falta de sistema de aspiração de vácuo nos leitos de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo).


Além disso, ausência de área específica para a troca de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) pelos profissionais de saúde. Os problemas, segundo o departamento, também estão relacionados a falta de condições para o controle mínimo de contaminação, como álcool 70%. 

Algumas falhas também foram encontradas em outras unidades de saúde, que são referências no combate à pandemia, como, por exemplo, pacientes acomodados em macas de ambulâncias por conta da falta de leitos em hospitais.


Segundo a Procuradoria, o SAMU (Serviço de Atencimento Móvel de Urgência) teria relatado que ao deixar macas e equipamentos, o atendimento médico de outras pessoas era inevitavelmente prejudicado. 

Pandemia no Amazonas

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De acordo com o Ministério da Saúde, o Amazonas acumula 2.686 mortes e 65.073 casos confirmados da covid-19 —infecção respirartória provocada pelo novo coronavírus. O Brasil tem 52.645 pessoas mortas e 1.145.906 diagnósticos positivo


Diante do crescimento de vítimas fatais, o sistema funerário da capital chegou a adotar o sistema de trincheiras (valas comuns) nos sepultamentos. A prática, no entanto, foi suspensa na semana passada diante de uma redução nos indicadores de transmissão.

O estado, entretanto, continua sendo o segundo mais afetado pela pandemia na região Nortes, atrás apenas do Pará, com 4.672 óbitos e 88.636 contaminados desde o início da crise sanitária.

Outro lado

A Susam (Secretaria de Estado de Saúde) encaminhou nesta quinta-feira (25) uma nota afirmando que "ainda não foi comunicada oficialmente pelo órgão, uma vez que tais notícias são baseadas em relatório preliminar, sobre o qual a Susam ainda não teve acesso." 

A pasta disse, ainda, que acompanhou todo o processo de inspeção, entre os dias 19 e 22 de maio, e que identificou "a necessidade de melhorias e, antes mesmo de ser oficializada, iniciou por meio da Secretaria Executiva a elaboração de um plano de ação para corrigir as situações detectadas pelos auditores do SUS." 

O órgão ressaltou, também, que as auditorias são "procedimento de rotina do Ministério da Saúde e acontecem em todos os Estados brasileiros, com a finalidade de verificar a aplicação dos recursos federais e as condições de atendimento das unidades de saúde". 

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