Onda de calor no Sul, Sudeste e Mato Grosso do Sul permanece pelo menos até sábado, diz Inmet
Termômetros podem chegar a 40ºC em algumas localidades; São Paulo pode bater recorde da série histórica para março até sexta
Cidades|Lucas Nanini, do R7, em Brasília
A onda de calor que atinge o Sul, estados do Sudeste e Mato Grosso do Sul deve permanecer pelo menos até o próximo sábado (17), informou o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). Até lá, áreas do Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul seguem com temperaturas até cinco graus acima da média para o período. Em algumas localidades, a previsão é de que os termômetros superem os 40ºC.
A condição é considerada atípica pelos meteorologistas porque o Hemisfério Sul se encontra perto do fim do verão (que termina no dia 20, na quarta-feira da próxima semana). Com a chegada do outono e as chuvas características nesta época, as temperaturas deveriam estar mais amenas.
A meteorologista Dayse Moraes, do Inmet, afirma que a alta pressão atmosférica que ocorre atualmente interfere na circulação de ar, na umidade e na temperatura. “Não forma nuvens de chuvas, o céu fica aberto, bem azul mesmo, e com isso a radiação solar é mais incidente, por isso as altas temperaturas.”
A onda de calor atual é a oitava seguida no país desde agosto de 2023. O ano passado foi considerado o mais quente da história, segundo relatório da OMM (Organização Meteorológica Mundial. No Brasil, a média ficou em 24,92ºC, de acordo com o Inmet — 0,69°C acima da média histórica registrada entre 1991 e 2020, que é de 24,23°C. Em 2022, a média anual foi de 24,07ºC, 0,16ºC abaixo da média histórica.
Devido ao quadro, o instituto emitiu um "aviso laranja", quando a onda de calor ocorre por um período entre três a cinco dias. Caso a temperatura permaneça nesse patamar por mais tempo, o Inmet emite um "aviso vermelho".
Em outras áreas do país, como a parte sul dos estados de Goiás, Bahia e Pará, Rondônia e o litoral dos estados do Sul, a situação é de "aviso amarelo", quando há "perigo potencial" por condição registrada por dois a três dias.
Sempre que os termômetros apontam altas temperaturas, a orientação da OMS (Organização Mundial da Saúde) é evitar atividades intensas ao ar livre sem a proteção adequada (chapéus, óculos escuros, roupas leves e protetor solar), beber água a cada duas horas, mesmo que não esteja com sede e vitar a exposição direta ao sol, principalmente entre 10h e 16h.
Calor intenso
A previsão para esta quinta é de que o calor seja mais intenso na parte oeste do país, especialmente nas fronteiras com Paraguai e Argentina (nos estados do Sul, em São Paulo), no Mato Grosso do Sul e no Rio de Janeiro. Áreas de Minas Gerais e do sul do estado de Goiás também terão altas temperaturas.
Segundo o instituto Climatempo, os termômetros estarão em alta até o próximo domingo. Entre as capitais, São Paulo deve registrar 34ºC nesta quinta e 35ºC na sexta (15). O recorde do ano foi em 8 e 9 de janeiro, quando a temperatura chegou a 34,3°C. Se a previsão se confirmar, a cidade vai superar o recorde histórico para março, que atualmente é 34,3°C, em 1º de março de 2012.
Para esta quinta-feira, Campo Grande deve registrar 37°C. Em Porto Alegre, a máxima prevista é de 36°C. Em Boa Vista, os termômetros devem chegar a 37,1°C, e em Cuiabá, a 36,0°C. O Rio de Janeiro pode registrar 39°C até o fim de semana.