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Operações resgataram quase 2.000 pessoas da escravidão em 2021

No ano passado, MPT recebeu 1.415 denúncias de trabalho escravo, aliciamento e tráfico de trabalhadores, 70% a mais que em 2020

Cidades|Guilherme Padin, do R7

1.937 trabalhadores e trabalhadoras foram resgatados em 2021
1.937 trabalhadores e trabalhadoras foram resgatados em 2021 1.937 trabalhadores e trabalhadoras foram resgatados em 2021

Operações realizadas ao longo de 2021 resgataram 1.937 trabalhadores e trabalhadoras da escravidão contemporânea no Brasil, de acordo com dados da Subsecretaria de Inspeção do Trabalho, do Ministério do Trabalho e Previdência.

O estado com mais trabalhadores resgatados foi Minas Gerais, com 768 pessoas. Goiás (304) e São Paulo (147) aparecem na sequência.

Participaram dessas ações órgãos públicos como o MPT (Ministério Público do Trabalho), MPF (Ministério Público Federal), Defensoria Pública da União, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal.

Somente o MPT participou do resgate de 1.671 pessoas em condições análogas à de escravo, entre diferentes setores econômicos, como plantações de café e cana de açúcar, garimpos, carvoarias e pedreiras, extração de carnaúba, construção civil e oficinas de costura.

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A instituição recebeu, durante o ano passado, 1.415 denúncias de trabalho escravo, aliciamento e tráfico de trabalhadores. O número é 70% maior do que em 2020.

Ao todo, nos últimos cinco anos, o órgão recebeu 5.538 denúncias de trabalho escravo e firmou 1.164 TACs (termos de ajuste de conduta). No período, foram ajuizadas 459 ações civis públicas e instaurados 2.810 inquéritos civis.

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Em áreas urbanas, predominam denúncias de trabalho escravo doméstico

Nas áreas urbanas, segundo o MPT, uma das modalidades mais comuns foi o trabalho escravo doméstico. O órgão informa que o aumento de denúncias das trabalhadoras domésticas se deve, entre outros motivos, ao empoderamento das empregadas em relação às condições de trabalho encontradas.

Para Italvar Medina, vice-coordenador nacional de Erradicação do Trabalho Escravo e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, a repercussão social gerada nos últimos dois anos de casos de resgate de trabalhadores também influenciou no crescimento desses registros: “Essas denúncias são essenciais para a fiscalização já que, como regra, é necessária uma autorização judicial para fiscalizar os domicílios”.

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Um caso de repercussão como os citados por Medina ocorreu em outubro passado, em São José dos Campos (SP). Após denúncias anônimas ao MPT, uma mulher foi resgatada de trabalho análogo à escravidão, no qual atuou por 25 anos, em uma mesma residência, e foi vítima de restrição de liberdade e impedida de qualquer convivência social por mais de duas décadas, além de trabalhar de segunda a domingo, em jornada exaustiva.

O acordo homologado pela Justiça paulista definiu indenização de quase R$ 300 mil: R$ 200 mil para a compra de uma casa, R$ 22 mil de pagamento da rescisão trabalhista e 80% do valor relativo aos salários dos últimos cinco anos de atuação (R$ 70 mil).

Mais de 6 milhões de brasileiras e brasileiros atuam em serviços domésticos, segundo pesquisa do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) de 2019; 92% são mulheres, na maioria negras.

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