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Para mãe de vítima de tragédia na boate Kiss, "Santa Maria acabou"

Maria Medianeira, mãe de Mariana, colocou a casa à venda e vai morar em São Gabriel (RS)

Cidades|Ana Ignacio, do R7


Mariana Pereira Freitas faria 22 anos na última terça-feira (26). Ela estava na boate Kiss, em Santa Maria (RS), na noite do incêndio que deixou 239 mortos. Formada em Educação Física desde agosto de 2012, Mariana estava procurando um emprego. Ela morava com a mãe, Maria Medianeira Viegas Pereira, e com seu irmão, de 17 anos, todos naturais de Santa Maria.

Mesmo tendo morado na cidade durante toda sua vida, após o incêndio na boate, Maria decidiu se mudar. Já colocou a casa à venda e decidiu ir para São Gabriel, cerca de três horas de Santa Maria.

— A cidade perdeu a graça. Foi muito chocante, tirou o chão. Então não vejo futuro mais aqui. Muitas pessoas pensam em sair daqui principalmente quem perdeu dois, três filhos. Só quem não viveu aquilo para ter vontade de morar aqui. É muito triste.

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Maria trabalha em um supermercado da cidade e, assim que conseguir vender sua casa, irá buscar um trabalho em São Gabriel. Segundo conta, na semana da tragédia, a cidade parou.


— Está começando a voltar ao normal, mas o pessoal não esquece, marcou muito a gente. Para dizer a verdade, Santa Maria acabou.

No entanto, Maria destaca que a união dos familiares, amigos e sobreviventes foi muito importante.


— Todo mundo estava de luto, mas todo mundo se ajudou. Foi bem tocante a corrente de solidariedade.

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Apesar de já ter decido deixar a cidade, Maria disse que fará parte da AVTSM (Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria) e que continuará visitando Santa Maria.

— Estou mobilizado junto com eles. A hora que precisar, estou aqui.

Um mês de tragédia

A tragédia completou um mês na última quarta-feira (27). O incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, a 290 km de Porto Alegre, aconteceu na madrugada do dia 27 de janeiro e deixou 239 mortos e mais de cem feridos. O fogo teria começado quando a banda Gurizada Fandangueira se apresentava. Segundo testemunhas, durante o show foi utilizado um sinalizador — uma espécie de fogo de artifício chamado "sputnik" — que, ao ser lançado, atingiu a espuma do isolamento acústico, no teto da boate. As chamas se alastraram em poucos minutos.

A casa noturna estava superlotada na noite da tragédia, segundo o Corpo de Bombeiros. O incêndio provocou pânico e muitos não conseguiram acessar a única saída da boate. Os proprietários do estabelecimento não tinham autorização dos bombeiros para organizar um show pirotécnico na casa noturna. O alvará da casa estava vencido desde agosto de 2012.

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Esta é considerada a segunda maior tragédia do País depois do incêndio do Grande Circo Americano, em Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro. Em 17 de dezembro de 1961, o circo pegou fogo durante uma apresentação e deixou 503 mortos.

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