Polícia já prendeu 360 pessoas por envolvimento em ataques no Ceará
Policiais da Força Nacional de Segurança, militares da reserva e até de outros estados tentam controlar a onda de ataques no estado
Cidades|Márcio Neves, do R7 com Estadão Conteúdo
O número de pessoas presas ou apreendidas por suposta participação nos ataques registrados no Ceará aumentou para 360 nesta segunda-feira (14). O balanço, divulgado pela SSP-CE (Secretaria de Segurança Pública do Ceará) são registros feitos até às 17 horas pelas equipes da Polícia Militar e da Força Nacional de Segurança em todo o estado.
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Além das prisões, o estado do Ceará permanece com reforço no policiamento e no último sábado, a Assembleia Legislativa do Ceará aprovou uma série de medidas propostas pelo governador em relação aos ataques que incluiu a convocação de militares da reserva e o oferecimento de recompensas para quem fornecer informações que leve a prisão de envolvidos nos ataques.
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Na Região Metropolitana de Fortaleza, policiais continuam fazendo escolta do transporte público e equipes da polícia civil trabalham para identificar os responsáveis pelos ataques. A SSP-CE informou ainda que equipes do serviço de coleta de lixo e até mesmo das concessionárias de energia elétrica também tem sido acompanhados por policiais, que também reforçam a segurança de hospitais e postos de saúde.
Onda de violência
Os ataques a instalações, ônibus e prédios públicos tiveram início após a declaração do novo secretário de Administração Penitenciária do Estado, Luís Mauro Albuquerque, que afirmou não reconhecer facções criminosas no estado. Ele disse que a divisão de presos em unidades prisionais não irá mais obedecer a distribuição por vínculos com organizações criminosas.
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O governador Camilo Santana, que assumiu na terça-feira (1°) o segundo mandato para o qual foi reeleito em outubro de 2018, havia dito em janeiro do ano passado que, das 441 mortes registradas nos primeiros 29 dias de 2018, 84% eram vinculadas às facções criminosas. O principal grupo criminoso do Ceará é o GDE (Guardiões do Estado) que atua junto ao PCC (Primeiro Comando da Capital). Além desses, há grupos da facção CV (Comando Vermelho) no estado.
A crise na segurança pública também teria sido motivada depois da apreeensão de 400 celulares em presídios do estado. Os aparelhos teriam facilitado as ordens para rebeliões. Desde a quarta-feira (2), foram registrados mais de 150 ataques em todo o Estado. Em represália, as autoridades responsáveis cancelaram visitas nos presídios e retiraram televisores dos detentos.