Em 11º dia de violência, suspeitos explodem torre de energia no Ceará
Moradores de Maracanaú, na Grande Fortaleza, relatam apagão que deixou ruas e avenidas sem luz. Número de suspeitos presos chega a 319
Cidades|Fabíola Perez, do R7*
No 11º dia consecutivo de violência no Ceará, suspeitos explodiram uma torre de transmissão de energia na cidade de Maracanaú, na Grande Fortaleza, na madrugada deste sábado (12). As informações são do repórter Ricardo Lima, da TV Cidade, afiliada da RecordTV, no Estado.
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Por volta da 1h da manhã, moradores relatam ter escutado uma forte explosão e um apagão afetou ruas e avenidas de Maracanaú. A torre de transmissão de energia atacada pertence à Companhia Hidrelétrica do São Francisco.
O apagão teria durado cerca de 25 minutos e o fornecimento de energia foi restabelecido gradativamente. A polícia chegou ao local para atender a ocorrência na BR-020, que liga a capital, Fortaleza, a região metropolitana.
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A rodovia ficou interdiatada por algum tempo e uma equipe de esquadrão antibomba também foi acionada. Como o terreno era escuro e havia risco de choque, não foi possível a retirada de todos os explosivos. Até o momento, não há registro de feridos, já que o local era considerdo de difícil acesso.
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Onda de violência
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará, chega a 319 o número de pessoas presas ou apreendidas por participação nos atos criminosos registrados no Ceará. O balanço corresponde às detenções até as 17 horas desta sexta-feira (11).
Os ataques a instalações, ônibus e prédios públicos tiveram início após a declaração do novo secretário de Administração Penitenciária do Estado, Luís Mauro Albuquerque, que afirmou não reconhecer facções criminosas no estado. Ele disse que a divisão de presos em unidades prisionais não irá mais obedecer a distribuição por vínculos com organizações criminosas.
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O governador Camilo Santana, que assumiu na terça-feira (1°) o segundo mandato para o qual foi reeleito em outubro de 2018, havia dito em janeiro do ano passado que, das 441 mortes registradas nos primeiros 29 dias de 2018, 84% eram vinculadas às facções criminosas. O principal grupo criminoso do Ceará é o GDE (Guardiões do Estado) que atua junto ao PCC (Primeiro Comando da Capital). Além desses, há grupos da facção CV (Comando Vermelho) no estado.
A crise na segurança pública também teria sido motivada apreeensão de 400 celulares em presídios do estado. Os aparelhos teriam facilitado as ordens para rebeliões. Desde a quarta-feira (2), foram registrados cerca de 100 ataques em todo o Estado. Em represália, as autoridades responsáveis cancelaram visitas nos presídios e retiraram televisões.
* Colaborou Ricardo Lima, da TV Cidade, afiliada da RecordTV no Ceará