Sobe para 185 número de presos ligados a ataques no Ceará
Governador, Camilo Santana informou que outras estão em investigação e podem ser presas a qualquer momento. "Não haverá tolerância ao crime"
Cidades|Plínio Aguiar, do R7
O governado do Ceará informou nesta terça-feira (8) que 185 pessoas já foram presas e autuadas com possível ligação com os ataques que assustaram as cidades cearenses na última semana.
Segundo a SSP-CE (Secretaria de Segurança Pública do Ceará), foram 156 maiores presos e 29 adolescentes apreendidos. "Além dos crimes contra veículos e prédios públicos, foram realizadas 14 atuações por coações a comerciantes, sendo 11 maiores e três menores", divulgou a pasta em nota.
Em post divulgado em uma rede social, o governador cearense, Camilo Santana informou ainda que "outras estão em investigação e poderão ser presas a qualquer momento". O petista argumenta que está reforçando ainda mais o policiamento em Fortaleza, e também no interior, com o apoio de tropas federais e estados parceiros.
"Já determinei à cúpula da segurança que empregue todos os esforços necessários", pontuou. "Lideranças criminosas estão sendo identificadas e as transferências para presídios federais estão em curso" continuou, dizendo que "não haverá tolerância para o crime".
Desde o início da crise, na quarta-feira (2), o Ceará registrou mais de um ataque por hora. O número de ações criminosas em Fortaleza e demais cidades do Ceará desde a última quarta chegou a 148, segundo dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública. O balanço mostra que ocorreram, em média, mais de um ataque por hora no estado. No entanto, a pasta destaca que houve uma redução desde o início da atuação da Força Nacional.
Leia mais: Ceará sob ataque: como facções locais e nacionais se juntaram para dominar o crime no Estado
No sábado, quarto dia de ataques, o ministro Sérgio Moro, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, enviou 330 homens para cidades da Grande Fortaleza. Desde então, as ações criminosas têm diminuído. No entanto, os ataques seguem pelo sétimo dia consecutivo. Na tentativa de resolver a questão de segurança pública, Moro disse que irá ampliar para 406 agentes da Força Nacional, além de um total de 96 viaturas.
Ataques
Os ataques foram feitos após a declaração do novo secretário de Administração Penitenciária do Estado, Luís Mauro Albuquerque, que não reconhece facções no Ceará. Ele confirmou que a divisão de presos por unidades não irá mais obedecer a distribuição por vínculos com organizações criminosas.
Confira: CE: carta achada em viaduto que explodiu tinha ameaça de ataques
“Quem manda é o Estado. Eu não reconheço facção, o Estado não deve reconhecer facção, a lei não reconhece facção, então nós vamos aplicar a lei”, afirmou o secretário.
O governador Camilo Santana, que assumiu na terça-feira (1) o segundo mandato, para o qual foi reeleito em outubro de 2018, havia dito em janeiro do ano passado que das 441 mortes registradas nos primeiros 29 dias de 2018, 84% eram vinculadas às facções criminosas. O principal grupo criminoso do Ceará é o GDE (Guardiões do Estado).