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Tragédia da Kiss completa 1 ano e famílias cobram indenizações e memorial

Dia será repleto de homenagens na cidade; associação organizou eventos

Cidades|Do R7

Familiares organizaram dia de homenagens aos mortos no incêndio
Familiares organizaram dia de homenagens aos mortos no incêndio Familiares organizaram dia de homenagens aos mortos no incêndio

Os parentes das vítimas e sobreviventes do incêndio na boate Kiss, em Santa Maria (RS), aproveitam a data em que a tragédia completa um ano para cobrar a construção de um memorial no local da boate e indenizações a sobreviventes.

O presidente da Associação dos Familiares das Vítimas e Sobreviventes da Tragédia, Adherbal Ferreira, informou que a vontade é que o Estado crie uma lei que respalde os sobreviventes que tiveram sequelas definitivas e que eles recebam pensão ou que os empregadores tenham algum tipo de incentivo para contratá-los.

A associação estima que cerca de 113 jovens ainda façam tratamento por conta do incêndio. A prefeitura da cidade não soube confirmar o dado. No início de dezembro, representantes da própria associação, sobreviventes, Ministério da Justiça, da Secretaria de Direitos Humanos, SUS (Sistema Único de Saúde) e da UFSM se reuniram no Senado em assembleia para expor os problemas de quem saiu com vida da tragédia e precisa de respaldo. A proposta de uma lei específica para casos como esse foi apresentada aos senadores. O pedido ainda será analisado pelo Senado.

Já a construção do memorial será um processo mais lento, já que o imóvel é de propriedade particular e terá que ser feita uma desapropriação da área. A prefeitura informou que a boate está interditada a pedido da Polícia Civil e por decisão judicial, por isso não há previsão de quando a análise para o memorial será colocada em pauta.

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Nesta segunda-feira (27), a tragédia que deixou 242 mortos completa um ano. O incêndio resultou em três processos na esfera criminal, um na Justiça Militar, envolvendo oito bombeiros e uma ação por improbidade administrativa contra quatro bombeiros. O principal processo criminal trata dos homicídios e são acusadas quatro pessoas: os sócios da boate, Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann; o vocalista da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos, que acendeu o artefato pirotécnico; e o produtor do grupo musical, Luciano Augusto Bonilha Leão, que comprou os fogos.

Veja as homenagens que serão feitas na cidade

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9h: ato cultural em homenagem às vítimas da tragédia de Santa Maria na UFSM (Universidade Federal de Santa Maria), no campus de Camobi

14h: segunda apresentação do documentário Janeiro 27, dos produtores Luiz Alberto Cassol e Paulo Nascimento. Com a palavra, a produção completa do documentário. Será na Unifra (rua dos Andradas, 1.614)

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17h: mobilização social, na Unifra, e apresentação artística e na Praça Saldanha Marinho

20h: ato ecumênico na Saldanha Marinho

O incêndio

O incêndio dentro da boate Kiss no centro de Santa Maria, cidade a 290 km da capital, Porto Alegre, aconteceu na madrugada de 27 de janeiro.

O fogo começou porque, durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira, um dos integrantes acendeu um artefato pirotécnico — uma espécie de fogo de artifício chamado "sputnik" — que, ao ser lançado, atingiu a espuma do isolamento acústico, no teto da boate. As chamas se espalharam em poucos minutos.

A casa noturna estava cheia na hora em que o fogo começou, com cerca de mil pessoas. O incêndio provocou pânico e muitas pessoas não conseguiram acessar a saída de emergência. Os donos não tinham qualquer autorização do Corpo de Bombeiros para organizar um show pirotécnico na casa noturna. O alvará da boate estava vencido desde agosto de 2012, afirmou o Corpo de Bombeiros.

Dois músicos e dois donos da casa noturna chegaram a ser presos, mas respondem ao processo em liberdade. No mês passado, a Justiça determinou a limpeza e descontaminação da boate para avaliar se é possível realizar uma reconstituição do incêndio. A boate ainda está lacrada com tapumes. A Brigada Militar disponibiliza ao menos um policial para fazer a segurança na boate 24 horas por dia para preservar o local até que a Justiça determine a liberação.

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