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Veja como está o prédio da Kiss quase nove anos depois da tragédia

R7 fica por meia hora no imóvel onde ocorreu incêndio que matou 242 pessoas e deixou 680 feridos. Julgamento começará no dia 1º

Cidades|Eduardo Marini, do R7, de Santa Maria (RS)

Setor do palco, mesas da área VIP e algumas das barras de ferro que atrapalharam a saída
Setor do palco, mesas da área VIP e algumas das barras de ferro que atrapalharam a saída Setor do palco, mesas da área VIP e algumas das barras de ferro que atrapalharam a saída

Rua dos Andradas, quase esquina com Rio Branco, centro de Santa Maria, Rio Grande do Sul, 10h58 desta sexta-feira (19). Marcos Borba, 41 anos, voluntário da Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM), abre os dois cadeados potentes e empurra para dentro a porta de ferro preta do único ponto de entrada e saída da boate Kiss.

O sol forte da manhã entra primeiro e ilumina a parede lilás do hall de entrada – suja de fuligem –, decorada com espelhos redondos. Oito anos, nove meses e 23 dias após a madrugada de 27 de janeiro de 2013, a reportagem do R7 percorreu, por meia hora, o que restou do interior do prédio da Kiss.

Caixa da boate nove anos depois do incêndio que matou 242 pessoas
Caixa da boate nove anos depois do incêndio que matou 242 pessoas Caixa da boate nove anos depois do incêndio que matou 242 pessoas

No incêndio da boate, 242 pessoas morreram e 680 ficaram feridas. Tudo começou durante um show da banda de ritmos gaúchos Gurizada Fandangueira, extinta após a tragédia. O gaiteiro (sanfoneiro) da banda, Danilo Jaques, foi um dos mortos.

A tragédia da boate Kiss foi a maior do país nos últimos 50 anos, a segunda maior em número de mortos por fogo e fumaça, a quinta quando se consideram todas as causas, e a terceira do mundo em casas noturnas.

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Por dentro, o prédio está como o fogo, a fuligem e a fumaça o deixaram. A Justiça determinou que a construção não fosse recuperada ou demolida antes do resultado do julgamento do caso, que tem início marcado para o próximo dia 1º de dezembro, em Porto Alegre, capital do estado.

O objetivo é preservar as características e os indícios deixados pelo incêndio, para o caso de novas perícias no espaço serem determinadas durante o julgamento, que deverá se estender por no mínimo 12 dias e se tornar o maior do Rio Grande do Sul e um dos mais longos do Brasil em todos os tempos.

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A ideia para depois do veredicto dos jurados é construir no espaço um monumento aos mortos e feridos na tragédia. A Prefeitura de Santa Maria adquiriu o imóvel e o direcionou à AVTSM com essa intenção.

“O proprietário, que alugava o espaço aos donos da Kiss, queria R$ 4,5 milhões no início, mas, na negociação, conseguimos baixar para R$ 1,2 milhão em dez vezes”, revela ao R7 o prefeito da cidade, Jorge Pozzobom (PSDB).

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Quatro réus serão julgados no caso: o DJ Luciano Augusto Bonilha Leão, que comprou o sinalizador usado na madrugada do incêndio, Marcelo Jesus dos Santos, vocalista da banda, que acendeu o artefato durante o show, e os dois proprietários da Kiss, os sócios Elissandro Callegaro Spohr, o Kiko, e Mauro Londero Hoffmann.

A maior parte dos universitários mortos foi vítima do gás cianeto liberado na queima da espuma que revestia o teto, feita de material impróprio para essa finalidade. O cianeto provoca asfixia e paralisia respiratória.

O ar pesa no interior da Kiss pela persistência, ainda que leve, do cheiro de fuligem e fumaça, e isso está longe de ser mera figura de linguagem. O desconforto aumenta quando essa percepção do olfato se mistura ao registro visual das ruínas e, sobretudo, ao pensamento e às vibrações de estar em um lugar até pequeno para ter concentrado tanta morte e tantos ferimentos em tão pouco tempo. A escuridão lá dentro não ilumina – mas o silêncio, aliado a tudo isso, grita.

Confira como está a boate Kiss após quase nove anos da tragédia, com mais informações importantes nas legendas, na galeria abaixo, no competente trabalho do repórter fotográfico Gabriel Haesbaert.

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