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Após destituição, Fiesp diz que Josué Gomes continua na presidência

Entidade informou em nota que o executivo está no exercício pleno de suas funções; assembleia havia decidido sua saída do cargo

Economia|Do R7

O presidente da Fiesp, Josué Gomes, que havia sido destituído do cargo em assembleia
O presidente da Fiesp, Josué Gomes, que havia sido destituído do cargo em assembleia

A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) informou que Josué Gomes da Silva continua a ser presidente da entidade. Em nota divulgada nesta quinta-feira (19), a entidade afirmou que ele está no exercício pleno de suas funções, "conforme determinam os estatutos vigentes".

Na última segunda-feira (16), uma assembleia decidiu a destituição do empresário do comando da Fiesp, por 47 votos a 1. Houve ainda duas abstenções. Essa votação, no entanto, é considerada internamente como sem validade, por não ter sido convocada com antecedência e realizada quando representantes dos setores de maior peso, e apoiadores de Josué, já tinham deixado a sede da federação, na avenida Paulista.

O jurista Miguel Reale Júnior, um dos advogados de Josué, afirmou que "não faltam" argumentos para que o executivo questione na Justiça a assembleia que votou por definir o seu futuro na entidade. "Argumentos não faltam. Pode-se requerer o reconhecimento da nulidade da assembleia por violação das normas dos estatutos, por ausência de acusação", disse.

O executivo sempre foi visto como um nome próximo ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele é filho de José Alencar, morto em 2011, vice do petista nos seus dois primeiros mandatos. Ele foi convidado para ocupar o posto de ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, mas recusou a proposta.


A Fiesp é a entidade patronal mais importante do país, e seus posicionamentos têm repercussão nacional e influência em pautas do Congresso. Não por acaso, no dia da assembleia, Josué chamou o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) para almoçar e dar uma demonstração de força.

A disputa política dentro da instituição começou a ficar evidente com o manifesto em favor da democracia divulgado em julho do ano passado. O apoio ao documento também marcou o rompimento definitivo entre Josué e Paulo Skaf — que ficou 18 anos no comando da Fiesp e passou a estimular um movimento contra o seu sucessor. O ex-presidente da entidade declarou voto em Bolsonaro no segundo turno da eleição de 2022.

*Com Agência Estado

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