Após superar R$ 5,20, dólar termina sessão em leve queda
Moeda fechou a R$ 5,16, com um recuo de 0,13% nesta sexta-feira; no entanto, na semana, acumula alta de 2,68%
Economia|Do R7
A divulgação de dados positivos sobre o mercado de trabalho dos EUA impulsionou o dólar para acima dos R$ 5,20 pela manhã, numa forte reação dos investidores aos números, mas à tarde a moeda perdeu força e terminou a sessão em leve baixa no Brasil.
O dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 5,1621 na venda, em baixa de 0,13%. Na semana, porém, a moeda americana acumulou alta de 2,68%.
O Ibovespa fechou em alta firme, após ter caído quase 1,5% pela manhã na esteira de dados de trabalho nos Estados Unidos, em recuperação impulsionada pelas blue chips locais e que acompanhou Wall Street.
Vale, Petrobras e bancos foram as principais contribuições positivas para o índice. Do lado oposto, Hapvida e Yduqs ficaram entre os destaques de baixa.
Índice referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa fechou em alta de 0,92%, a 114.330,73 pontos, segundo dados preliminares. Na máxima, o índice foi a 114.491 pontos. Na mínima, caiu a 111.598,57 pontos, no menor nível intradiario desde 2 de junho.
Na semana, o Ibovespa acumulou queda de 1,92%, antes dos ajustes finais.
Movimento do dólar
Na abertura dos negócios, a expectativa dos investidores girava em torno dos dados do relatório payroll, com as vagas de emprego nos EUA.
Imediatamente após a divulgação, ocorrida às 9h30, o dólar à vista subiu R$ 0,05 no Brasil, para acima dos R$ 5,20, em meio à leitura de que os dados levarão o Federal Reserve (banco central americano) a apertar sua política de juros.
O Departamento do Trabalho informou que a economia dos EUA abriu 336 mil vagas de emprego fora do setor agrícola em setembro. Economistas consultados pela Reuters previam abertura de 170 mil vagas, praticamente metade do que foi verificado.
Além disso, os dados de agosto foram revisados para cima, mostrando 227 mil empregos criados, em vez dos 187 mil informados anteriormente.
“Em nossa visão, os dados de hoje [sexta-feira] aumentam o risco de o Fed continuar subindo a taxa de juros ao longo dos próximos meses. Acreditamos que as evidências estão sugerindo uma aceleração da economia americana, que está se difundindo por diferentes setores e agora também impulsiona o mercado de trabalho”, disse o economista-chefe da Kínitro, Sávio Barbosa, em análise enviada a clientes.
Em reação aos números, o dólar à vista atingiu a cotação máxima de R$ 5,2210 (+1,01%), às 9h58, enquanto as taxas dos contratos de DIs (depósitos interfinanceiros) chegaram a subir mais de 30 pontos-base.
“Logo que o payroll [indicador] saiu, ele jogou a curva americana inteira para cima, com muita força. Isso foi suficiente para puxar o dólar em relação a todas as moedas globais e para empurrar todas as curvas de juros do mundo para cima, de forma brutal”, comentou João Piccioni, analista da Empiricus Research.
Em um momento posterior, como é de costume, houve uma correção de preços no mercado. Operador ouvido pela Reuters afirmou que, depois do avanço das cotações, parte dos investidores decidiu vender moeda e realizar os lucros do dia no Brasil.
No exterior, os rendimentos dos Treasuries (títulos americanos) também perderam parte do ímpeto trazido pelo payroll, o que pesou sobre o dólar ante as demais divisas.
A moeda americana virou para o negativo ante o real no início da tarde, em sintonia com o exterior. Às 12h59, o dólar à vista marcou a cotação mínima de R$ 5,1454 (-0,46%), para depois encerrar na faixa dos R$ 5,16.
No exterior, o dólar seguia no fim da tarde em queda ante as divisas fortes e em relação às moedas de emergentes e exportadores de commodities.