Guiada pela sequência de recordes mensais históricos, a arrecadação federal com impostos e contribuições somou R$ 881,996 bilhões no primeiro semestre de 2021. Trata-se do maior valor para o período de toda série histórica da Receita Federal, iniciada em 1995, segundo os dados divulgados nesta quarta-feira (21). Somente em junho, a arrecadação total das Receitas Federais atingiu o valor de R$ 137.169 milhões, resultado que representa um ganho 46,77% acima da inflação em relação a junho de 2020. Na análise semestral, os recebidos são 24,63% maiores do que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).Leia mais: 'Aumento da arrecadação vai bancar redução de impostos', afirma Guedes Com o resultado, o volume nominal de tributos coletados pelo Fisco supera em 32,4% a arrecadação dos seis primeiros meses do ano passado (R$ 666 bilhões), resultado 12,2% interior aos R$ 758 bilhões arrecadados no primeiro semestre de 2019 e que representava o recorde anterior. A queda pontual aconteceu em função dos efeitos negativos da pandemia do novo coronavírus na economia. Ao final do ano, a arrecadação somou R$ 1,479 trilhão, valor que representou uma queda real de 6,9% na comparação com o ano anterior. Para o secretário especial da Receita Federal, José Tostes, o salto da arrecadação "traduz" o processo de retomada da econômica vivido pelo Brasil. "Os bons resultados são gerais, em todos os tributos", apontou ele durante entrevista para comentar os dados. "Todas evidencias indicam uma recuperação da economia de forma muito sólida e sustentável, o que se reflete na arrecadação todos os meses há quase um ano", completou. Conforme os dados, Cofins e o PIS/Pasep apresentaram uma arrecadação conjunta de R$ 172.733 milhões, representando crescimento real de 39,5% para o período compreendido entre janeiro e junho. Já o IRPF e a CSSL totalizaram uma arrecadação de R$ 190.078 milhões, com crescimento real de 34,54%, enquanto a Receita Previdenciária teve arrecadação de R$ 219.150 milhões, com ganho real de 17,91%. Além disso, houve crescimento das compensações tributárias com débitos de receita previdenciária em razão da Lei 13.670/18, que cortou o número de empresas e receitas elegíveis à opção pela desoneração da folha de pagamentos. De acordo com o Fisco, o resultado pode ser explicado, principalmente, por fatores não recorrentes, como recolhimentos de, aproximadamente, R$ 20 bilhões do IRPJ (Imposto de Renda Pessoa Jurídica) e CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) no semestre, contra R$ 2,8 bilhões no mesmo período do ano anterior. Além disso, a Receita aponta que as compensações aumentaram 89% em junho de 2021 em relação a junho de 2020 e cresceram 51% no período acumulado dos seis primeiros meses do ano.