Atualização permitiria dedução de até R$ 6.709 com educação no IR
Tabela sem correção inflacionária há dois anos está defasada em 88,4%, indica levantamento da Ernst & Young
Economia|Alexandre Garcia, do R7
Os contribuintes que declararam os gastos com escolas e faculdades no Imposto de Renda deste ano puderam deduzir, no máximo, R$ 3.561,50 por dependente. O valor, no entanto, vai contra a alta dos preços com educação no Brasil e representa uma defasagem de até 88,4%, segundo um levantamento realizado pela consultoria Ernst & Young.
De acordo com o estudo, se o valor tivesse sido reajustado pela defasagem da tabela do Imposto de Renda desde 1996, a dedução dos gastos com educação seria de R$ 6.709,90, ou quase o dobro do permitido atualmente.
A Receita Federal estabelece que apenas o ensino regular pode ser abatido da base de cálculo do Imposto de Renda, enquanto cursos de idioma e livres, como informática, música, fotografia e esportes não entram na lista.
“Fazendo um comparativo com outros países, um dos exemplos é o de Portugal, onde as refeições escolares são dedutíveis, assim como gastos com livros e jardins de infância”, avalia o sócio de impostos da Ernst & Young, Antonio Gil.
Para a consultoria, a falta de correção é também um dos fatores que faz aumentar o número de contribuintes obrigados a declarar.
A atual tabela do IR determina que estão isentos da declaração todos aqueles que ganham até R$ 1.903,98 por mês. Se esse valor fosse corrigido, o mínimo subiria para aproximadamente R$ 3.587,09, aponta o estudo.
A defasagem faz ainda com que o número de contribuintes obrigados a apresentar o documento anualmente para o banco de dados do Fisco cresça rapidamente. Em quatro anos, o número de declarações cresceu 10%, de 26 milhões, em 2014, para 28,8 milhões (volume esperado neste ano).