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BC cita risco fiscal e projeta juros altos por mais tempo para conter a inflação

Justificativas para a manutenção da taxa Selic no maior patamar em seis anos são amplamente criticadas pelo presidente Lula

Economia|Do R7

Alvo de críticas do presidente Lula por manter os juros básicos no maior nível em seis anos, o BC (Banco Central) divulgou nesta terça-feira (7) a ata com as motivações que levaram à manutenção da taxa Selic em 13,75% ao ano.

No documento, o Copom (Comitê de Política Monetária) diz que as incertezas fiscais ainda estão presentes no radar e avalia a necessidade de manter os juros em um patamar elevado para conter a inflação deste ano e de 2024.

"O Comitê avaliou que, diante dos dados divulgados, projeções e expectativas de inflação, balanço de riscos e defasagens dos efeitos da política monetária já em território significativamente contracionista, era apropriado manter a taxa de juros no patamar de 13,75% ao ano", destaca o comunicado emitido nesta terça-feira.

"A conjuntura, particularmente incerta no âmbito fiscal e com expectativas de inflação se distanciando da meta em horizontes mais longos, demanda maior atenção na condução da política monetária. O Comitê avalia que tal conjuntura eleva o custo da desinflação necessária para atingir as metas estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional", diz a ata.


De acordo com a autoridade monetária, ainda é necessário "manter a vigilância" para avaliar se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por um período mais prolongado do que no cenário de referência será capaz de assegurar a convergência da inflação para a meta do CMN (Conselho Monetário Nacional).

As justificativas são semelhantes às que viraram alvo de Lula nos últimos dias. Ontem (6), o presidente convocou empresários para cobrar uma redução dos juros básicos e afirmou que o atual patamar da taxa Selic é “uma vergonha".


Na percepção da autoridade monetária os riscos de alta para o cenário inflacionário envolvem uma maior persistência das pressões inflacionárias globais, a incerteza sobre o futuro do arcabouço fiscal do Brasil e um hiato do produto mais estreito que o utilizado atualmente pelo Comitê em seu cenário de referência, em particular no mercado de trabalho.

Na avaliação dos economistas do mercado financeiro consultados semanalmente pelo BC, o primeiro corte da taxa básica deve acontecer apenas em novembro, dos atuais 13,75% para 13% ao ano. As projeções indicam um novo recuo no encontro seguinte, o último de 2023, para 12,5% ao ano.

Elevar a taxa de juros funciona como uma ferramenta de política monetária para reduzir a inflação. Isso acontece porque os juros mais altos encarecem o crédito, reduzem a disposição para consumir e estimulam novas alternativas de investimento.

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