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Em novas críticas ao Banco Central, Lula chama decisão do Copom de 'vergonha' 

O presidente também falou sobre dívidas de Cuba e Venezuela ao BNDES e disse que esses 'países amigos' pagarão os empréstimos 

Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar a independência do Banco Central e o patamar da Selic — a taxa básica de juros —, praticada pela instituição. Em discurso durante a posse de Aloizio Mercadante como presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o petista convocou os empresários a cobrar uma diminuição da taxa e sustentou serem uma "vergonha" os aumentos de juros.

"É só ver a carta do Copom [Comitê de Política Monetária do Banco Central] para a gente ver que é uma vergonha esse aumento de juros e a explicação que deram à sociedade brasileira. A classe empresarial precisa aprender a cobrar pelas taxas altas de juros", discursou Lula. 

O presidente lembrou que, nos mandatos anteriores, o BC era dependente do governo e que, por isso, constantemente, recebia cobranças para diminuir a Selic. A independência da instituição financeira como forma de resolver o problema da taxa de juros foi um "ledo engano", afirmou Lula. "O problema é que esse país tem uma cultura de viver com juros que não combina com a necessidade do crescimento." 

Lula tem se movimentado para revisar a autonomia do Banco Central, tomando como ponto de partida a taxa básica de juros em 13,75% ao ano. Economistas avaliam a iniciativa como retrocesso. 

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A autonomia do Banco Central existe desde fevereiro de 2021, com alternância dos mandatos do presidente e dos diretores da instituição não coincidente com a do presidente da República. 

Dívidas ao BNDES

Durante a fala, Lula falou sobre a dívida que países como Cuba e Venezuela têm por terem tomado empréstimos do BNDES. O presidente culpou o ex-chefe do Executivo pelo não pagamento. "Países que não pagaram é porque o presidente [Jair Bolsonaro] resolveu cortar relação internacional e para não cobrar e ficar nos acusando", disse.

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Lula afirmou "ter certeza" de que os valores serão pagos no atual governo, "porque são todos países amigos do Brasil e certamente pagarão a dívida que têm com o BNDES". Por outro lado, o chefe do Executivo sustentou ser "mentira" que a instituição tenha dado dinheiro a países amigos do governo. "O banco financiou serviço de engenharia de empresas brasileiras em nada menos que 15 países da América Latina e Caribe, entre 1998 e 2017", completou. 

O novo presidente do BNDES foi cobrado por Lula para intensificar a atuação do banco de forma a contribuir com o crescimento econômico brasileiro. "Esse país tem que ser reconstruído, e não pode demorar. O BNDES precisa urgentemente voltar a ser o banco indutor do desenvolvimento e crescimento econômico", disse o petista, frisando que não se pode ter "medo de emprestar dinheiro para o Estado, se tiver capacidade de endividamento". 

Na avaliação de Lula, o Estado precisa estimular a iniciativa privada a investir, quando ela não o faz por demanda própria. 

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