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BC mantém juros básicos em 13,75% pela quinta vez seguida

Manutenção da Selic no maior patamar desde 2017 é decidida em meio a pressão do governo e projeções de piora da inflação

Economia|Do R7

É a quinta vez consecutiva que esse patamar de juros é mantido
É a quinta vez consecutiva que esse patamar de juros é mantido É a quinta vez consecutiva que esse patamar de juros é mantido

Com piora nas expectativas do mercado financeiro para a inflação, o Copom (Comitê de Política Monetária), do BC (Banco Central), decidiu nesta quarta-feira (1º) manter a taxa básica de juros, a Selic, em 13,75% ao ano. Foi a primeira reunião do colegiado deste ano e sob o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

É a quinta vez consecutiva com esse patamar de juros, o maior desde o início de 2017. A taxa chegou ao nível em agosto, após o ciclo de aperto monetário mais longo da história do Copom. 

"O Comitê entende que essa decisão reflete a incerteza ao redor de seus cenários e um balanço de riscos com variância ainda maior do que a usual para a inflação prospectiva, e é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui os anos de 2023 e, em grau maior, de 2024. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego", afirmou o relatório do Copom.

A decisão ocorre em meio às críticas do presidente Lula e de ministros do governo ao atual patamar da Selic, índice que baliza todos os empréstimos. Lula também já reclamou publicamente da atual meta de inflação, que diz considerar baixa.

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No relatório após a reunião, o Copom afirmou também que seguirá "vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período mais prolongado do que no cenário de referência será capaz de assegurar a convergência da inflação".

O Comitê citou ainda que "os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado".

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Segundo analistas do mercado financeiro consultados semanalmente pelo BC, o avanço das expectativas para a inflação mostra um período mais prolongado dos juros elevados, com a taxa em 12,5% ao ano e de 9,5% ao ano em dezembro de 2024.

As percepções levam em conta que a taxa Selic é a principal ferramenta de política monetária para reduzir a inflação. Isso acontece porque os juros mais altos encarecem o crédito, reduzem a disposição para consumir e estimulam novas opções de investimento pelas famílias.

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A Selic ficará vigente até o fim de março, quando os diretores do BC voltam a se encontrar para discutir novamente a conjuntura econômica nacional.

A reunião começou na terça-feira (31), com o presidente do BC, Roberto Campos Neto, e os diretores da autoridade monetária. Foram feitas apresentações técnicas sobre a evolução e as perspectivas da economia e o comportamento do mercado financeiro. Na quarta, o comitê projetou as possibilidades futuras e definiu a nova Selic.

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O que é a Selic?

A Selic é conhecida como taxa básica porque é a mais baixa da economia e funciona como forma de piso para os demais juros cobrados no mercado. A taxa é usada nos empréstimos entre bancos e nas aplicações que as instituições financeiras fazem em títulos públicos federais.

Em linhas gerais, a Selic é a taxa que os bancos pagam para pegar dinheiro no mercado e repassá-lo para empresas ou consumidores em forma de empréstimos ou financiamentos. Por esse motivo, os juros que os bancos cobram dos consumidores são sempre superiores à Selic.

A taxa básica também serve como o principal instrumento do BC para manter a inflação sob controle, perto da meta estabelecida pelo governo. Isso acontece porque os juros mais altos encarecem o crédito, reduzem a disposição para consumir e estimulam alternativas de investimento.

Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Já quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo.

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