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BC vê ‘decisão compatível’ com corte de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros

Ata da reunião que derrubou a Selic de 10,75% para 10,50% ao ano cita ambiente externo ‘adverso’ e processo de desinflação

Economia|Giovana Cardoso, do R7, em Brasília

Banco Central divulgou a ata nesta terça-feira Antonio Cruz/ Agência Brasil

O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central destacou a evolução do processo de desinflação e o balanço de risco entre os principais fatores para decisão de política monetária, em ata divulgada nesta terça-feira (14). O documento é referente à reunião da semana passada, quando foi cortada a taxa básica de juros, a Selic, em 0,25 ponto percentual, de 10,75% para 10,50% ao ano. No texto, o Copom diz que “entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2025″.

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Segundo a ata, além do conjunto de projeções e do balanço de riscos, pesou para a decisão do colegiado por um corte de 0,25 a elevação das expectativas de inflação desde a reunião realizada em março.

“Apesar de uma elevação da trajetória de juros advinda da pesquisa Focus, utilizada no cenário de referência, observou-se elevação na projeção de inflação para o horizonte relevante de política monetária. De forma análoga, as expectativas de inflação para o mesmo horizonte, que se mostravam desancoradas em patamar estável nos últimos trimestres se elevaram desde a reunião anterior”, diz o texto.

A decisão do Copom de cortar a Selic em 0,25 foi apertada. Quatro diretores indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva votaram pela redução de 0,5, e outros cinco membros recomendados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro decidiram por 0,25. Na ata publicada nesta terça, o comitê informa que os membros que votaram pela redução de 0,5 ponto percentual também “compartilharam da percepção de aumento das incertezas internas e externas entre as reuniões de março e maio”.


“Todos os membros concordaram que a adoção de uma política monetária mais contracionista, mais cautelosa e sem indicações futuras sobre os próximos movimentos mostrava-se mais apropriada diante do cenário global incerto e do cenário doméstico marcado por resiliência na atividade e expectativas desancoradas [...]. A conjuntura atual, caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento, expectativas de inflação desancoradas e um cenário global desafiador, demanda serenidade e moderação na condução da política monetária”, informa a ata do Copom.

Este foi o sétimo corte da Selic desde agosto de 2023. O novo patamar da Selic se iguala ao de janeiro de 2014. Apesar da redução, a queda foi menor que a das reuniões anteriores, quando houve redução de 0,5 ponto percentual da taxa em cada uma.


Haddad e mercado financeiro

Na última semana, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que aguardaria a divulgação da ata do Banco Central para fazer comentários a respeito da decisão do comitê. “Eu vou esperar a ata, acho que a ata pode esclarecer melhor o que passou. O comunicado está muito sintético”, disse o ministro.

A previsão do mercado financeiro para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) — a soma de todos os bens e serviços produzidos no país — subiu de 2,05% para 2,09%, segundo o relatório Focus, divulgado pelo BC (Banco Central) nesta segunda-feira (13). Além do PIB, a pesquisa trouxe projeções de crescimento para Selic e inflação, que tiveram taxas elevadas para 9,75% e 3,76%, respectivamente.

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