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Black Friday: aumento da demanda deve causar atrasos em entregas

Segundo especialista, contratação de mais funcionários e uso da tecnologia podem ajudar empresas cumprirem a demanda da data

Economia|Raphael Fernandes*, do R7

E-commerce teve crescimento ao longo do ano
E-commerce teve crescimento ao longo do ano E-commerce teve crescimento ao longo do ano

A Black Friday é uma das datas mais importantes do comércio brasileiro e costuma movimentar muito o e-commerce. Com a grande demanda, as empresas precisam se preparar para conseguir realizar as entregas dos produtos. 

Leia mais: Aumento do e-commerce deve criar mais promoções na Black Friday

De acordo com Mauro Schluter, professor de logística da Universidade Presbiteriana Mackenzie Campinas, "provavelmente vamos ter atraso de entrega em função do pico de demanda".

"Não tem como desaguar isso. Todo pico de demanda gera esse tipo de problema", afirma o especialista.

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Neste ano, segundo dados da Receita Federal, entre março (mês de agravamento da pandemia de coronavírus no Brasil) e setembro, o faturamento real do comércio eletrônico cresceu 45% em termos reais, quando comparado ao mesmo período do ano passado. A quantidade de pedidos no varejo eletrônico, por sua vez, mais que dobrou no mesmo período, com avanço de 110% no número de notas fiscais emitidas

Esse crescimento exige contratação de mais mão de obra, que, de acordo com Schutler, é possível que se tenha mais casos de produtos com defeitos.

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"O fato de se contratar novos colaboradores, é possível que tenha um aumento de produtos com defeito por ausência de conhecimento no manuseio", diz o professor.

Schutler ainda destaca que vem estudando esse quesito de avarias nos produtos e percebeu que esses defeitos são mais intensos em final de mês. Segundo ele, esse é o momento em que as empresas têm que cobrir as metas e exigem mais das transportadoras.

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Como o setor está se preparando

As compras no varejo online devem ter um crescimento na Black Friday de 2020. As empresas, tendo conhecimento dessa situação, estão se preparando com mais funcionários na área de armagenazem, nas separações de pedidos.

A CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) projeta um avanço real de 61,1% nas vendas exclusivamente online em comparação com a Black Friday de 2019. As lojas físicas, por sua vez, deverão ter um avanço de apenas 1,1% ante a data do ano passado.

Veja também: Black Friday de 2020 teve de se adaptar a falta de insumos chineses

O professor, por outro lado, pondera que na infraestrutura de fazer entrega pouco pode fazer a não ser se utilizar daquilo que já possui. 

"A infraestrutura existente nas empresas de logíticas que fazem a armazenagem e distribuição de produtos é investimento em ativo fixo e imobilizado de longo prazo", comenta o especialista. 

Ninguém vai fazer investimento numa frota de 30 ou 40 caminhões de entregas para atender somente a Black Friday. No resto do ano essa frota fica ociosa e pode custar até R%24 800 parado por dia

(Mauro Schluter)

Outro ponto que Schluter destaca é no last mile. Isto é, a última milha, é o que mais custa para uma empresa de e-commerce que vai entregar produtos para consumidor final. 

"Nessa fase tem o custo de dinheiro e de tempo. Precisa se preocupar que vai se aproximar de uma área mais povoada, que precisa de estacionamento, segurança. Essa etapa pode representar até 70% e 80% do custo do total da operação logística", destaca o professor.

Quais alternativas as empresas de entrega e logística podem utilizar

A otimização dos roteiros de entrega para fazer com que o last mile seja bem aproveitado é uma alternativa.

"Eu sempre sugiro que as empresas contratem temporiariamente um serviço de roteirização baseado em algoritmos computacionais, uma ferramenta computacional", diz o professor.

Marcelo Barreto, diretor-executivo da unidade de logística do Grupo JCA, que desenvolveu o transporte de encomendas usando bagageiros de ônibus, diz que a empresa realizou investimento nas plataformas de gestão de encomendas e inteligência de dados para a realização de pedidos de forma digital.

"O fato de otimizar os bagageiros dos ônibus, no auge da pandemia, garantiu a continuação dos serviços da Buslog - empresa de transporte de encomendas do Grupo JCA - com excelência. A procura pelo serviço rastreado de entrega porta a porta da empresa tem aumentando nos últimos meses" afirma Barreto.

Outro serviço que Barreto destaca é o de coleta e entrega, com a possibilidade de o cliente fazer a postagem da encomenda em das unidades da Buslog e retirar na ponta (pickup point). 

"Este tipo de sistema é uma tendência ao redor do mundo. Gera redução de custos, maior taxa de sucesso nas entregas, redução no tempo de entrega e mais segurança", analisa o diretor.

Os cuidados contra a covid-19

No caso da Buslog, o diretor explica que os compartimentos de transporte de encomendas dos ônibus passam pela mesma vaporização do interior dos ônibus capaz de eliminar vírus e bactérias.

Felipe Medeiros, COO da GVM Solutions Brasil, afirma que os protocolos de segurança impostos pelo Ministério da Saúde estão sendo seguidos.

"O uso de máscaras e álcool gel, além de estarmos avançando com comprovantes online e confirmações de entrega digitais para evitar a troca de documentos entre os responsáveis", explica Medeiros.

Ele afirma também que as equipes estão sendo orientadas para manterem o distanciamento social no momento da entrega dos produtos para a segurança dos funcionários e consumidores.

*Estagiário do R7, sob supervisão de Ana Vinhas

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