Black Friday: pandemia aumenta vendas do e-commerce no Brasil
Vendas no meio eletrônico se destacaram na edição da Black Friday de 2020 em meio aos números ainda elevados dos casos de coronavírus
Economia|Do R7
As vendas online foram, como esperado, o destaque no evento promocional Black Friday no Brasil neste ano, em meio a números ainda elevados de casos da covid-19 no país, em movimento alinhado à performance em outros mercados no exterior.
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A Via Varejo divulgou mais cedo nesta segunda-feira (30) que atingiu R$ 3 bilhões em vendas (GMV), superando os R$ 2,2 bilhões de período equivalente em 2019 e assim registrando novo recorde para a empresa.
A companhia destacou que segmentou o evento promocional entre 22 e 28 de novembro, a fim de evitar o risco de aglomerações nas lojas físicas diante da pandemia da covid-19.
As vendas online da Via Varejo no período cresceram 99% ano a ano, com participação de 62,4% das vendas totais, acrescentou a companhia, citando dados preliminares e não auditados.
O Magazine Luiza, por sua vez, antecipou ofertas ao longo de novembro também para evitar aglomerações e disse que atingiu no mês alta de vendas no e-commerce "de triplo dígito médio - acima de 100% para fins de esclarecimento".
Nas lojas físicas, a companhia afirmou que o crescimento no conceito mesmas lojas em novembro se manteve no mesmo patamar dos meses anteriores, sendo mais forte nas primeiras semanas e relativamente estável na véspera e no dia da Black Friday.
Porém, no sábado (28), a Cielo reportou que o faturamento nominal das vendas no varejo mostrou retração de 14,5% na sexta-feira (27) da Black Friday, em relação a período equivalente do ano anterior.
Conforme o ICVA (Índice Cielo de Varejo Ampliado), que monitora 1,5 milhão de varejistas credenciados à empresa de meios de pagamentos, houve declínio de 25,5% no varejo físico, enquanto o comércio eletrônico apurou alta de 21,2%.
A Nuvemshop, que afirma ter dados de 70 mil lojas online na América Latina, a principal data para o comércio eletrônico movimentou R$ 20,4 milhões no Brasil entre 27 e 29 de novembro, 105% acima do registrado na Black Friday do ano passado.
Já o levantamento realizado pela Neotrust/Compre&Confie, empresa de inteligência de mercado focada em e-commerce, mostrou que o faturamento apenas em 26 e 27 de novembro somou R$ 5,1 bilhões, alta de 31% ante o mesmo período do ano passado.
Na visão da equipe do BTG Pactual, o desempenho da Black Friday deve trazer volatilidade aos nomes listados no curto prazo, uma vez que o setor tem apresentando um desempenho superior consistente durante este ano.
Por volta de 11h45, Magazine Luiza ON tinha queda de 0,2%, enquanto Via Varejo ON perdia 2% e B2W ON cedia 2,6%. No mesmo horário, o Ibovespa, principal indicador acionário do mercado brasileiro, mostrava oscilação negativa de 0,06%.
No exterior, as últimas estimativas da indústria apontavam que a "Cyber Monday" está na direção de um recorde de até R$ 12,7 bilhões em vendas online nos Estados Unidos, superando os números da Black Friday.
"Estamos vendo um forte crescimento à medida que os consumidores continuam mudando as compras do offline para o online neste ano", disse o diretor da Adobe Digital Insights, Taylor Schreiner. A Black Friday gerou cerca de US$ 9 bilhões em vendas online nos EUA, de acordo com a Adobe.
No Brasil, a Cyber Monday também mostra elevação nas vendas na comparação anual. A Nuvemshop apurou cerca de R$ 4 milhões faturados apenas nesta segunda-feira até às 11h30 no país, 71% acima do registrado no mesmo período de 2019. O volume de pedidos mostrava alta de 91%, para próximo de 70 mil, mas o valor médio de cada compra tinha queda de 8%, para R$ 203.