Censo do IBGE mostra que quilombolas vivem em apenas 30% dos municípios brasileiros
Região que concentra a maior quantidade é o Nordeste, com 906.337 quilombolas, correspondendo a 68,1% da população total
Cidades|Clarissa Lemgruber, do R7, em Brasília
A população quilombola residente no Brasil ocupa apenas 1.700 dos 5.570 municípios brasileiros. No total, são 1,33 milhões de pessoas deste grupo, correspondendo a 0,66% do total de brasileiros. Os dados são do Censo 2022 e foram divulgados nesta sexta-feira (3) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Leia mais
A região que concentra a maior quantidade é o Nordeste, com 906.337 quilombolas, correspondendo a 68,1% da população total, seguida do Sudeste e do Norte com 182.427 e 167.311 pessoas, respectivamente. Com 5,6% da população quilombola, as regiões Centro-Oeste e Sul têm 44.997 e 29.114 pessoas, nesta ordem.
A Bahia é o estado com maior quantitativo de população quilombola – 397.502 pessoas. Em seguida vem o Maranhão, com 269.198 pessoas. Juntos, eles têm 50,12% dos quilombolas do país. Roraima e Acre não têm presença quilombola.
As comunidades quilombolas são grupos étnicos – predominantemente constituídos pela população negra rural ou urbana –, que se autodefinem a partir das relações específicas com a terra, o parentesco, o território, a ancestralidade, as tradições e práticas culturais próprias.
As terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos são aquelas utilizadas para a garantia de sua reprodução física, social, econômica e cultural.
Faixa etária e localidade
Segundo o levantamento, 48,4% dos quilombolas têm entre 0 e 29 anos. Outros 38,5% estão na faixa de 30 a 59 anos. O restante – 13% – têm 60 anos ou mais.
Ao todo, 87,4% dessa população vivem fora de territórios oficialmente delimitados para quilombolas.