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Com clima favorável, alimentos devem ficar ainda mais baratos em 2017

Preço dos alimentos caiu no 1º semestre com carne, frango, arroz e feijão mais em conta

Economia|Alexandre Garcia, do R7

Preço dos itens da alimentação em domicílio caiu 1,08% nos primeiros seis meses de 2017
Preço dos itens da alimentação em domicílio caiu 1,08% nos primeiros seis meses de 2017 Preço dos itens da alimentação em domicílio caiu 1,08% nos primeiros seis meses de 2017

O clima com poucas chuvas no Brasil ao longo dos primeiros meses de 2017 contribuiu para a queda no preço dos alimentos e auxiliou no registro da primeira deflação da economia brasileira em 11 anos. Caso o ambiente favorável permaneça nos próximos meses, a avaliação de economistas ouvidos pelo R7 é de que os produtos podem continuar mais baratos na mesa dos brasileiros.

De acordo com o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (7), o segmento de alimentos e bebidas, responsável por 25% do peso da inflação oficial, registrou preços 0,03% mais em conta no primeiro semestre deste ano.

No caso dos itens que compõem a alimentação dentro de casa, a queda de preço acumulada nos seis primeiros meses de 2017 foi de 1,08%. A deflação do segmento domiciliar foi possível por causa dos preços mais baixos apontados pelos grupos de frutas (- 13,38%), cereais, leguminosas e oleaginosas (- 9,61%), carnes (- 2,68%) e aves e ovos (- 1,81%).

Arroz com feijão, viagem de avião e combustíveis estão mais baratos

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O economista do Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), André Braz avalia que a queda de preço, principalmente dos “alimentos de feira”, foi amplamente favorecida pelo clima do País.

— Nós estamos em um período do ano em que essas quedas são mais comuns porque há uma trégua do clima e a oferta desses itens acaba aumentando, fazendo o preço recuar.

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Os preços mais baixos ao longo dos seis primeiros meses de 2017 também foram apontados pelo Índice Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), que analisa a variação dos valores de frutas, verduras, legumes e pescados. No primeiro semestre, o indicador mostra baixa de 7,27% na cotação dos itens, apesar da alta de 1,31% registrada em junho.

Para o economista do Ceagesp, Flávio Godas, a queda significativa nos preços foi guiada pela escassez de chuvas durante o início do ano. Ele afirma que a persistência desse cenário tende a puxar os valores dos itens disponibilizados pela companhia ainda mais para baixo.

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— Preservadas as condições normais de temperatura para a época, sem a incidência de geadas graves, a tendência é de que os preços sejam reduzidos até dezembro. Só a partir do início de dezembro, quando chegam as altas temperaturas e chuvas mais intensas, a qualidade e a quantidade dos produtos acabam afetados.

Braz cita o exemplo da queda de preço dos principais itens presentes na cesta básica de alimentos, que apresentaram um comportamento positivo aos consumidores nos últimos meses.

— O feijão recentemente subiu muito, mas a terceira safra já está fazendo os preços caírem. Foi um aumento que não vai se sustentar por muito tempo. [...] Pelo índice de preços ao produtor, o feijão já começou a cair. Cedo ou tarde isso vai chegar ao consumidor. Se já está recuando o valor do produtor, daqui a pouco essa redução já chega na gôndola.

No acumulado do semestre, o feijão preto ficou 28,43% mais barato. Quedas também foram registradas nos preços do feijão-fradiho (- 13,55%) e do feijão-carioca (- 10,52%). O arroz, por sua vez, está 6,28% mais em conta na comparação com dezembro, segundo o IBGE.

Segundo o professor de economia da Fecap (Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado) Joelson Sampaio, a queda no valor dos alimentos foi impulsionada pela maior quantidade de produtos disponíveis em um momento de recessão econômica. Ele avalia que um novo resultado negativo pode ser apresentado em julho pela questão sazonal.

— Como você teve um 2016 muito ruim, no ano seguinte fica mais fácil de ter uma recuperação, que foi ajudada pela questão do clima. [...] Em julho, nós podemos ainda observar uma queda de preços, o que não deve se repetir nos meses seguintes do ano.

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