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Comer em casa está mais caro, e isso impacta mais as pessoas de baixa renda, diz Ipea

Arroz, tubérculos e leite são os responsáveis pela alta da categoria em junho, mostra o Indicador de Inflação por Faixa de Renda

Economia|Jéssica Gotlib, do R7, em Brasília


Inflação de junho foi de 0,21% para pessoas de renda muito baixa Valter Campanato/Agência Brasil/Arquivo - 29.07.2022

Comer em casa ficou mais caro em junho de 2024 — com alta nos preços do leite e derivados (3,8%), dos tubérculos (2%) e cerais (0,77%), em especial o arroz, com aumento de 2,3%. E isso afetou principalmente as famílias de renda muito baixa, explicou o Indicador de Inflação por Faixa de Renda do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Segundo o relatório, publicado nesta segunda-feira (15), a inflação desacelerou para todos os recortes entre maio e junho deste ano, entretanto, a população mais pobre viu uma queda menor — indo de 0,46% para 0,21%.

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No outro extremo, as pessoas com renda alta viram o índice ir de 0,43% para 0,04%. Para efeito de comparação, a redução para as famílias de baixa renda foi de pouco mais da metade, enquanto a população de alta renda percebeu uma queda de dez vezes na inflação no mesmo período. A parcela mais rica da população foi “favorecida, sobretudo, pela queda das tarifas aéreas e dos transportes por aplicativo”, explica o relatório do Ipea.

Inflação por faixa de renda oscilou no primeiro semestre, com prevalência de aceleração

Em janeiro, o indicador desacelerou para as famílias de renda alta e média, mas avançou entre aquelas de renda baixa. No mês seguinte, a aceleração foi para as seis categorias analisadas pelo Ipea, o que se repetiu em abril e maio. Março e junho, por outro lado, registraram desaceleração geral da inflação por faixa de renda.

Apesar da irregularidade no comportamento mensal do indicador, apenas as pessoas com renda alta tiveram redução geral nos preços no acumulado de doze meses, passando de 0,10% em junho de 2023 para 0,04% neste ano. Nas outras faixas de renda a inflação acumulada em doze meses variou da seguinte forma:


  • muito baixa: -0,08% a 0,21%,
  • baixa: -0,16% a 0,29%,
  • média-baixa: -0,11% a 0,24%,
  • média: -0,09% a 0,19%,
  • média-alta: -0,10% a 0,04.

“De forma geral, o aumento da inflação, em junho de 2024, relativamente a junho de 2023, é explicado pela piora no desempenho dos alimentos no domicílio e do grupo saúde e cuidados pessoais, além de uma deflação menos intensa do grupo transportes”, detalha o documento.

A diferença é significativa porque, segundo a pesquisa, os setores alimentos e cuidados com a saúde em alta impactam na inflação de todas as faixas de renda, entretanto, quedas em preços como transporte por aplicativo e passagens aéreas não atingem os segmentos com rendimentos mais baixos. O IPCA oficial para o mês foi 0,25%, próximo ao registrado para os extratos de renda baixa e média-baixa.

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