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Convergência da inflação para meta em 2017 não prevê queda da Selic, diz diretor do BC

Economia|Do R7

FORTALEZA (Reuters) - O diretor de Política Econômica do Banco Central, Altamir Lopes, afirmou nesta sexta-feira que a convergência da inflação para o centro da meta de 4,5 por cento em 2017 "não contempla reduções da taxa básica de juros", reforçando a mensagem de manutenção da Selic no patamar que está desde julho do ano passado.

Durante apresentação sobre o Boletim Regional, o diretor também afirmou que o aumento das incertezas sobre a economia global tende a influenciar a economia doméstica, "com viés desinflacionário".

Questionado sobre a possibilidade de o BC enxergar alta nos juros, ele se limitou a dizer que o cenário da autoridade "não contempla baixa (da Selic)".

"A manutenção da taxa de juros de 14,25 por cento é suficiente para trazer inflação à meta em 2017", acrescentou Lopes, também destacando que as decisões do BC são tomadas a cada reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).


Durante sua fala, o diretor deu destaque ao ambiente conturbado no cenário internacional, com muitos riscos associados, incluindo a desaceleração econômica da China e dúvidas sobre o ritmo de normalização da política monetária nos Estados Unidos.

Ele avaliou que a política monetária expansionista de várias economias importantes promoverá aumento de liquidez no mundo, sendo que parte dos recursos pode ser direcionada a economias emergentes, incluindo o Brasil.


A seu ver, o país não deve ver pressões intensas sobre o câmbio neste ano, após uma desvalorização do real ante o dólar de quase 50 por cento em 2015.

As declarações de Lopes fazem parte da ofensiva do BC nesta semana para reforçar que não há espaço para afrouxar a política monetária, após algumas especulações de que a autoridade poderia cortar a Selic em meio à cambaleante atividade econômica.


Na véspera, a mesma mensagem havia sido passada pelo diretor de Política Monetária, Aldo Mendes, e, mais tarde, pelo presidente do BC, Alexandre Tombini.

Diante disso, no mercado de futuros de juros, foram varridas as poucas especulações de que o BC poderia reduzir a Selic em algum momento diante do quadro recessivo no Brasil.

Falando sobre Brasil, Lopes apontou que a diminuição do preço do petróleo tem "impacto desinflacionário importante", apesar de os combustíveis serem administrados no país. Isso porque essa redução afeta os custos de toda cadeia petroquímica.

Lopes também destacou que as expectativas para o ano são de desinflação muito forte para os preços administrados, que acertaram em cheio a inflação em 2015. O IPCA fechou o ano passado em 10,67 por cento, estourando a meta --de 4,5 por cento, com margem de dois pontos percentuais para mais ou menos.

O diretor afirmou ainda que o BC segue com objetivos muito claros em relação ao controle da inflação, circunscrevendo-a aos limites da meta em 2016 e fazendo-a convergir para 4,5 por cento em 2017. Lopes afirmou que a expectativa do BC é de desinflação da ordem de 2 pontos percentuais no primeiro semestre.

Sobre a necessidade de ajuste fiscal na economia, ele afirmou que o processo necessariamente tem que passar por medidas estruturais para o ganho de confiança e credibilidade.

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(Por Marcela Ayres)

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