Desemprego cai para 11,7%, mas atinge 12,4 milhões de brasileiros
Dados da PNAD Contínua mostram que informalidade continua puxando queda do desemprego no Brasil. Já são 11,6 milhões trabalhando sem carteira
Economia|Diego Junqueira, do R7
O nível de desemprego caiu 0,6 pontos percentuais no Brasil entre agosto e outubro deste ano, impulsionado pelas contratações no período eleitoral e pelo mercado informal, mas ainda atinge 12,4 milhões de brasileiros.
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Dados da PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), nesta quinta-feira (29), mostram que a taxa de desocupação no trimestre fechado em outubro foi de 11,7% — no trimestre anterior, entre maio e julho, a taxa ficou em 12,3%, ou 12,8 milhões de desempregados.
Em nota, o IBGE informou que as contratações no período das eleições contribuíram para a queda no nível de desemprego, mas o instituto reforçou que a recuperação do mercado de trabalho é puxada principalmente pela informalidade.
“A desocupação vem em processo de queda e essa tendência é em função da entrada de pessoas trabalhando na informalidade. Os empregados com carteira de trabalho não dão nenhum sinal de aumentar. O que aumentam são os empregados sem carteira e os trabalhadores por conta própria, principalmente sem CNPJ”, explica o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, em relato divulgado pela Agência IBGE.
Na comparação entre os dois últimos trimestres (maio a julho contra agosto a outubro), o número de trabalhadores sem carteira assinada passou de 11,1 milhões para 11,6 milhões, alta de 4,8%. Movimento semelhante é visto entre os trabalhadores por conta própria: eles eram 23,1 milhões e agora são 23,6 milhões.
As altas explicam o crescimento do número total de brasileiros com trabalho, que agora são 92,9 milhões — 1,2 milhão a mais do que o registrado no trimestre anterior.
Já o número de pessoas que desistiram de procurar emprego, os chamados "desalentados", se mantém estável em 4,7 milhões de brasileiros.
Mercado formal
Segundo a PNAD, o número de vagas formais, com carteira assinada, se manteve estável em 32,9 milhões.
Apesar da estabilidade, Azevedo diz que a queda na desocupação também foi favorecida pelas eleições, com alta no número de contratados no setor de informação e comunicação. “No grupo de Informação, estão as pessoas ocupadas nas pesquisas eleitorais, e no grupo de outros serviços, os cabos eleitorais e todo o pessoal que trabalhou fazendo campanha para os candidatos”, diz.