Desemprego recua, mas atinge 12,7 milhões de brasileiros
Pesquisa do IBGE mostra que 1 a cada 4 trabalhadores brasileiros é subutilizado no mercado de emprego
Economia|Diego Junqueira, do R7
O número de brasileiros desempregados recuou entre junho e agosto de 2018, mas ainda atinge 12,7 milhões de brasileiros, de acordo com a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), divulgada nesta sexta-feira (28) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O resultado registrado entre os meses de junho e agosto caiu 4% com relação ao trimestre anterior (entre março e maio), quando havia 13,2 milhões de desempregados.
A quantidade de trabalhadores desocupados também recuou na comparação com os três primeiros meses do ano, quando havia 13,4 milhões de desempregados. O recorde da PNAD foi registrado em abril de 2017, quando 14 milhões de brasileiros estavam sem emprego.
Segundo a pesquisa do IBGE, a taxa de desocupação caiu de 12,7% no trimestre anterior para 12,1% agora.
Mercado informal puxa emprego
De acordo com a PNAD Contínua mensal, a queda no desemprego está sendo puxada pela informalidade.
Entre os 92,1 milhões de brasileiros ocupados atualmente, há 33 milhões de trabalhadores com carteira assinada, ou 444 mil a menos na comparação com um ano atrás.
Outros 11,2 milhões de brasileiros estão no mercado informal, sem carteira assinada, quantia que aumentou em 435 mil em um ano. Já os trabalhadores por conta própria somaram 23,3 milhões em agosto, ou 437 mil a mais na comparação com um ano atrás.
A categoria de empregadores teve acréscimo de 220 mil trabalhadores em um ano, chegando a 4,4 milhões em agosto.
Já os trabalhadores domésticos, estimados em 6,3 milhões de pessoas pelo IBGE, registrou adcional de 191 mil pessoas em um ano. O grupo dos empregados no setor público chegou a 11,7 milhões em agosto, acréscimo de 257 mil pessoas em um ano.
Subutilização e desânimo
A PNAD também revela que há 27,5 milhões de brasileiros subutilizados no mercado de trabalho. Esse indicador é formado pela população desempregada (12,7 milhões), subocupada (6,7 milhões que trabalham poucas horas) e a chamada força de trabalho potencial (8,1 milhões que podem entrar na força de trabalho a qualquer momento). Um ano atrás, o mercado tinha 756 mil pessoas subutilizadas a menos.
A pesquisa também revela que vem aumentando o desãnimo da população na hora de procurar por um trabalho. Os chamados "desalentados" são agora 4,8 milhões, contra 4,2 milhões um ano atrás.