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Dois a cada três brasileiros querem pedir demissão para empreender

Embora maioria queira ter o próprio negócio, apenas 21% já estão dando os primeiros passos para atingir o objetivo ou já estão empreendendo

Economia|Giuliana Saringer, do R7

Renata quer viver da organização de eventos
Renata quer viver da organização de eventos

Dois em cada três brasileiros sonham em deixar o emprego formal para empreender. É o que mostra uma pesquisa encomendada pela Herbalife Nutrition e realizada pela empresa OnePoll.

A professora Renata Gomes Santana Mariano e a técnica em informática Jacqueline Cardoso Feitosa Correa são duas mulheres que fazem parte da estatística e, em conversa com o R7, afirmam estar se preparando para viver do próprio negócio.

Embora a maioria dos brasileiros queira empreender, apenas 21% já estão dando os primeiros passos para atingir o objetivo ou já estão empreendendo. A cada dez brasileiros que já empreenderam, cerca de nove acreditam que ter tomado essa decisão proporcionou muito mais felicidade.

Renata, de 41 anos, é professora da educação infantil e está se planejando para viver apenas de um negócio próprio. Desde 2004, trabalha com organização de eventos, setor que gostaria de tornar o principal para sua sobrevivência.


“Esse ano decide me preparar para deixar a sala de aula. Estou colocando tudo no papel e buscando cursos para este momento”, afirma. Em licença maternidade, Renata diz que usou este período em casa para cuidar do recém-nascido e repensar sua profissão.

A professora espera ter mais liberdade para tomar as próprias decisões, aumento da qualidade de vida e que consiga passar mais tempo com os filhos, Bento, de seis anos, e Benjamin, de quatro meses, a partir do momento que for dona do próprio negócio.


Jacqueline, de 31 anos, também quer sair do emprego e para se dedicar apenas ao seu estúdio criativo, em que produz materiais gráficos e papelaria personalizada. Durante o dia trabalha com carteira assinada e, das 18h às 2h, trabalha em seu negócio próprio.

“Hoje a Lettres [nome da empresa] me deixa realizada profissionalmente, me traz orgulho da minha luta e um lucro relativo que tenho certeza que se eu largasse e vivesse só dela sobreviveria”, afirma. No entanto, o medo de ter pouco movimento por muito tempo e a insegurança econômica são fatores impedem com que tome coragem para pedir demissão e seguir como empreendedora.


Jacqueline diz que o que motiva a viver do próprio negócio é sair dos padrões corporativos, conseguir trabalhar em casa e ter horários mais flexíveis quando conseguir viver apenas da Lettres. “Tenho hábitos noturnos o que me prejudica bastante em empregos convencionais”, conta.

Para tornar o sonho realidade, está comprando equipamentos, estocando materiais básicos e guardando dinheiro. Além disso, abriu uma conta corrente separada para poder administrar melhor as entradas e saídas provenientes da empresa.

Trabalhar para si mesmo

Flexibilidade de horários é considerada benefício
Flexibilidade de horários é considerada benefício

No Brasil, os entrevistados consideram que a flexibilidade de horário (64%) é o maior benefício ao empreender, seguido pela vontade de ser seu próprio chefe (63%), o potencial de aumentar seus ganhos (54%), aumentar a satisfação profissional (51%) e, apenas em quinto lugar, foi citada a vontade de seguir uma paixão (50%).

Já entre as motivações, estão: seguir um sonho, potencial de mudar seus ganhos, ouvir seu instinto, incentivo da família e de amigos.

Em contrapartida, os altos custos de investimento inicial, insegurança sobre como começar, falta de informação sobre o mercado e financiamento e receio de não ser bem-sucedido e de não tem um negócio lucrativo foram consideradas as principais barreiras para dar o primeiro passo para empreender.

O presidente e Chief Strategic Officer da Herbalife Nutrition, John DeSimone, diz que “começar um negócio a partir do zero pode ser assustador, mas a oportunidade de buscar sua própria paixão pode ser uma experiência emocionante e libertadora”.

Metodologia da pesquisa

O levantamento foi realizado em 24 países e contou com 23.500, sendo mil brasileiros. Os temas abordados foram o sonho de empreender de pessoas ao redor do mundo e também suas motivações e principais desafios que enfrentam.

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