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Dólar tem 1ª queda anual em seis anos e fecha 2022 cotado a R$ 5,28

Avanço de 0,47% da moeda norte-americana na última sessão do ano é insuficiente para reverter queda acumulada de 5,3% em 2022

Economia|Do R7, com Reuters

Cotação do dólar não fechava um ano em queda desde 2016
Cotação do dólar não fechava um ano em queda desde 2016

O dólar subiu 0,43% nesta quinta-feira (29) e fechou a última sessão de 2022 cotado a R$ 5,278. A alta, no entanto, foi insuficiente para reverter a queda de 5,34% da moeda norte-americana no acumulado deste ano.

A perda corresponde à primeira baixa anual da divisa desde 2016, quando o dólar havia despencado 17,52%. Boa parte das perdas deste ano veio no primeiro trimestre, quando a moeda norte-americana caiu 14,55%, maior tombo percentual trimestral desde o período de abril a junho de 2009 (-15,81%).

A moeda norte-americana abriu a última sessão do ano em queda de 1,1% e passou parte do pregão negociada abaixo de R$ 5,20. O sinal virou durante a tarde, após o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silve, anunciar os últimos nomes de sua equipe ministerial.

Com o anúncio de mais 16 nomes, o futuro governo será formado por 37 ministérios. Trata-se do segundo maior número de pastas desde a redemocratização, atrás apenas daquela observada no segundo governo da ex-presidente Dilma Rousseff, que tinha 39 ministérios.


Na menor cotação de encerramento de 2022, atingida no início de abril, o dólar marcou R$ 4,6075, num tombo que foi desencadeado pelo intenso ciclo de aperto monetário do Banco Central.

Após cair para uma mínima histórica de 2% durante a pandemia, a taxa Selic está agora em 13,75%. O Brasil oferece a maior taxa de juros do mundo em termos reais, segundo levantamento da Infinity Asset.


"Cem por cento dos participantes do mercado falam que isso é um atrativo para o real", disse Antonio Kritsinelis Filho, economista da gestora Octante. "Inclusive, em modelos de economistas, todos colocam [o preço justo do real] abaixo de R$ 5, e todos falam que a Selic é um diferencial e o real deveria estar mais valorizado."

Embora tenha reconhecido os juros brasileiros elevados como um impulso para a moeda local no acumulado deste ano, Kritsinelis ponderou que algumas economias emergentes latino-americanas, como Chile e Colômbia, também têm custos de empréstimos altos para os atuais padrões globais, o que pode ameaçar a atratividade do Brasil, principalmente se o mercado entender que a responsabilidade fiscal vai desandar sob o governo de Lula.


"Se tiverem com uma inclinação fiscal melhor, os outros países são melhores" para receber investimentos em 2023, disse o economista. Já o Bank of America disse em relatório de perspectivas para o ano que vem que "o câmbio [brasileiro] deve ser apoiado por uma combinação de alto 'carry' e altas taxas reais, mas o fiscal continua sendo um risco importante".

O avanço no número de contaminações de Covid-19 na China e o aumento do número de pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos também atraíram a atenção dos investidores, que buscam pistas sobre as futuras decisões do Banco Central dos EUA.

As operações de câmbio e da Bolsa de Valores voltam à normalidade a partir da próxima segunda-feira (2), após o recesso do mercado nesta sexta-feira (30) em decorrência das comemorações de Ano-Novo.

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