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Com 37 ministérios, governo Lula fica atrás apenas do de Dilma, que teve recorde de 39

Atualmente, governo tem 23 pastas; para especialista, aumento de ministérios atende à necessidade de acomodação de aliados

Brasília|Do R7

Esplanada dos Ministérios, em Brasília
Esplanada dos Ministérios, em Brasília Esplanada dos Ministérios, em Brasília

Com o anúncio de mais 16 nomes nesta quinta-feira (29) para compor o primeiro escalão, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá 37 ministérios, o segundo maior número de pastas desde a redemocratização, em 1985. O número só é menor do que o observado no segundo governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que teve 39 pastas. Atualmente, o governo federal tem 23 ministérios.

A ampliação do número de pastas teve como propósito acomodar políticos de partidos que apoiaram Lula na campanha eleitoral, como Simone Tebet (MDB), que assumirá o Ministério do Planejamento e Orçamento. Tebet se juntou à campanha do candidato do PT no segundo turno. 

Acomodação de aliados

Na disputa presidencial, o PT montou uma coligação com dez legendas (PCdoB, PV, PSB, PSOL, Rede, Solidariedade, Avante, Agir, PROS e o próprio PT). Uma vez eleito, Lula convidou parlamentares de PSD, MDB e PDT para auxiliar o grupo de transição. Esses partidos foram agraciados com ministérios.

Em entrevista ao R7, o especialista em contas públicas e secretário-geral da Associação Contas Abertas, Gil Castello Branco, afirma que a criação de pastas atende a interesses políticos. "Um dos motivos para a criação de novos ministérios é justamente acomodar aliados, sobretudo quando o presidente é eleito com uma frente tão ampla e diversificada. Ele acaba tendo a necessidade de acomodar aliados até para poder ter apoio no Congresso, que no próximo ano não será completamente favorável ao presidente", disse.

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Custo bilionário

Embora o futuro ministro da Casa Civil, Rui Costa, tenha dito que o aumento no número de ministérios não vá representar aumento de gastos, especialistas e políticos discordam. Para o economista Raul Velloso, alguns ministérios prometidos por Lula poderiam funcionar melhor se fossem apenas secretarias, o que reduziria o custo.

"Talvez não precisasse de tantos ministérios. Com uma secretaria, que é mais leve e menos custosa, o governo poderia dar uma roupagem que caracterizasse bem a importância de determinado tema sem precisar de uma estrutura mais pesada."

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De acordo com o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), a ampliação das pastas da Esplanada terá custo de R$ 2 bilhões em quatro anos, levando em conta o salário mensal de um ministro, que é de R$ 31 mil — além de décimo terceiro (R$ 31 mil), um terço de férias (cerca de R$ 10 mil) e auxílio moradia (R$ 7 mil) e pagamento de servidores em cargo de confiança, como o de secretário-executivo, que custa R$ 240 mil por ano.

Leia também: Aumento de 14 ministérios deve custar R$ 2 bilhões, diz Ciro Nogueira

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"Estamos falando de 14 novos ministérios: o valor total pode chegar a meio bilhão de reais por ano. R$ 2 bilhões em quatro anos, com todo o custo pago por você. E tudo isso sem garantia de entrega, somente de despesa. Gastar mais para entregar menos. Abre o olho, Brasil", disse.

Com o aumento de salário para presidente, ministros do STF e ministros de Estado, o impacto para os cofres públicos pode se elevar ainda mais, ao custo extra de R$ 7 milhões apenas com o aumento dos ministros até 2024.

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