Entenda o que é Selic e como o corte nos juros afeta a sua vida
O Banco Central decidiu nesta quarta-feira (2) iniciar a queda na taxa, após um ciclo de altas nos últimos três anos
Economia|Johnny Negreiros, do R7*
O BC (Banco Central) cortou a taxa Selic em 0,5 ponto percentual (p.p.). Assim, ela está em 13,25% ao ano. O Copom (Comitê de Política Monetária), que é submetido ao BC, anunciou a decisão nesta quarta-feira (2).
A Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira e o principal instrumento de política monetária do Banco Central no controle da inflação.
Por influenciar todas as taxas de juros do país, ela tem um peso no bolso do consumidor quando se trata de empréstimos, financiamentos e aplicações financeiras.
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Ou seja, com o corte do Banco Central, essas movimentações deverão ficar mais baratas. Dessa forma, a autoridade monetária incentiva o consumo, o investimento e o aquecimento da economia brasileira de uma forma geral. Na teoria, o crédito fica mais acessível, e o brasileiro volta a comprar.
A ferramenta, porém, não é simples. Se fosse, não haveria motivo para os juros estarem em altos patamares. Afinal, bastaria a autarquia estabelecer uma Selic baixa, e todos os brasileiros seriam ricos.
Acontece que uma taxa de juros exageradamente baixa também é prejudicial para a economia, já que ela é o principal remédio contra a inflação. Com juros mais altos, esse indicador ruim tende a ser menor.
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Em um linguajar popular, a Selic é o preço do dinheiro. Se o dinheiro está "barato demais", ou seja, com uma taxa muito baixa, as pessoas vão consumir além do nível em condições normais. Como consequência, a tendência é haver aumento generalizado dos preços. Essa, inclusive, é a definição de "inflação" mais aceita entre os economistas.
Nesse sentido, vale lembrar que o processo inflacionário é prejudicial principalmente para os mais pobres. Isso porque, numa explicação geral, eles são os que mais sentem o peso do aumento de preços no bolso.
O responsável por decidir o patamar da taxa Selic é o Copom. Ele é composto atualmente de nove economistas, que são diretores do Banco Central, além do presidente da autarquia. O Comitê se reúne a cada 45 dias.
De forma objetiva, o Copom precisa pelo menos se aproximar da meta de inflação, que hoje é de 3,25% ao ano. Ela tem margem de 1,5 p.p para cima ou para baixo. Ou seja, a variação do objetivo vai de 1,75% a 4,75%.
A meta é definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), que hoje é formado por Fernando Haddad (ministro da Fazenda), Simone Tebet (ministra do Planejamento) e Roberto Campos Neto (presidente do BC).
*Sob a supervisão de Ana Vinhas
Presidente do Banco Central defende atual taxa de juros e a independência da instituição