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Gasto para comer fora de casa teve a menor alta dos últimos 13 anos

Custo da alimentação em bares e restaurantes subiu 3,17% no ano passado e teve a menor variação desde 2006, de acordo com a inflação oficial

Economia|Alexandre Garcia, do R7

Economistas atribuem alta menor à baixa demanda
Economistas atribuem alta menor à baixa demanda

Os brasileiros com o hábito de comer fora de casa sentiram menos no bolso ao pedirem as contas em bares e restaurantes ao longo de 2018. Segundo o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), o aumento foi 3,17% no ano passado, o menor reajuste dos últimos 13 anos.

Apesar da alta menor da alimentação fora de casa, a refeição dentro do domicílio ficou apenas 0,5% mais cara no ano passado. Os alimentos e bebidas, por sua vez, saltaram 4,04% no período.

O coordenador do IPC (índice de Preços ao Consumidor) do Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), André Braz, associa a alta menor da alimentação fora de casa à baixa movimentação em bares e restaurantes em um cenário com o desemprego ainda elevado.

“Para não espantar outros consumidores que ainda fazem uso desse serviço, a estrutura de custos de quem prepara esses pratos absorve alguma pressão inflacionária exatamente para garantir a movimentação e sustentar os restaurantes", observa Braz.


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O professor de finanças da Fecap (Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado) Joelson Sampaio, classifica a alta menor é um reflexo do desaquecimento da economia. “Sair menos para comer é uma forma que o brasileiro encontrou para economizar', avalia.

Para o diretor de desenvolvimento da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), Lucas Pêgo, o setor passou a segura a alta dos preços para não "perder competitividade em um ambiente de concorrência tão acirrada".


"Hoje em dia, é muito comum que os negócios do setor, ao invés de fazer um aumento de preços anual, dilua isso em dois momentos do ano", explica ele, que não atribui a baixa variação de preço à menor demanda. “Aprendeu-se a gerir melhor os recursos humanos e tivemos um impacto também no avanço legislativa com a reforma trabalhista”, diz.

Segundo Pêgo, a alta abaixo do índice oficial e do de alimentos não ocasionou em perda para o setor, que teve crescimento real de 2% ante 2017. “Não podemos falar em prejuízo, mas devemos destacar que as margens de lucro estão muito baixas em comparação com o que tínhamos há 10 anos”, lamenta.


Aluguel

O diretor de desenvolvimento da Abrasel cita ainda as negociações de aluguel com o mercado imobiliário desaquecido como justificativa para as altas menores de custos do setor de bares e restaurantes.

"O proprietário vai preferir que você permaneça do que correr o risco de perder um locador e passar meses ou anos com o imóvel vazio", diz Pêgo, que completa: "Nós observamos muitos proprietários conseguindo negociar melhor seus contratos de locação".

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Apesar de também observar uma movimentação do mercado imobiliário mais favorável aos inquilinos, André Braz lembra que o ponto dos bares e restaurantes é essencial para o setor e pode ser utilizado como moeda de troca em favor do proprietário do imóvel.

“Às vezes, não é tão tranquilo mudar o endereço de um restaurante, porque ele já tem clientes tradicionais, que gostam do serviço. Quando ele se move, pode perder parte dos clientes e ter que cativar novos. Isso cria uma rigidez maior”, observa o coordenador do IPC.

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