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Indicados ao Banco Central reforçam compromisso com meta de inflação em sabatina

Os três nomes indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva foram aprovados na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. Assunto agora vai a plenário

Economia|Do R7

Os três indicados pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, à diretoria do Banco Central reforçaram nesta terça-feira (10) o seu compromisso com a meta de inflação e a institucionalidade da autarquia durante sabatina da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.

Todas as indicações foram aprovadas nesta terça pelo colegiado e vão ao plenário da Casa, em regime de urgência. Se confirmados, Nilton David, Gilneu Vivan e Izabela Correa vão ocupar a partir de 1º de janeiro as vagas de Política Monetária, Regulação e Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta.

Todos votarão na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) de janeiro, a primeira com o atual diretor de Política Monetária Gabriel Galípolo, à frente do BC e na qual a maioria do colegiado terá sido indicada por Lula.

Os três indicados foram uníssonos ao afirmar que o Copom tem sido “vocal” no seu compromisso com o cumprimento da meta de inflação. Também prometeram ter o mesmo compromisso se aprovados pelos senadores.


Como mostrou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) na segunda-feira, o mercado financeiro espera que o BC descumpra a meta contínua de inflação já no ano que vem, o primeiro da sua vigência.

As afirmações dos indicados

David, que hoje é chefe de operações da tesouraria do Bradesco, afirmou que a inflação e as expectativas do mercado têm se mantido acima da meta perseguida pelo BC, o que exige uma “atuação firme” da autarquia.


“O regime de metas de inflação é um sistema consolidado no Brasil, que tem se provado apropriado para lidar com a operação regular da macroeconomia e seus choques”, disse.

O operador também defendeu “firmeza, a serenidade e a perseverança” como atributos necessários para o cumprimento da meta de inflação. Quando indagado sobre a política fiscal, afirmou que não cabe ao BC comentar sobre o tema. As contas públicas, ele disse, são uma variável tomada como input pela autoridade monetária.


Essa mesma linha de comentário foi assumida por Vivan e Correa. O indicado à diretoria de Regulação reforçou que o Copom tem enfatizado seu compromisso com a meta e tem sido “vocal” ao dizer que o fiscal afeta a condução dos juros.

“Reafirmo o compromisso, se tiver a oportunidade de ser aprovado nessa Casa, o compromisso de cumprir o mandato legal, que é trazer a inflação à meta definida pelo CMN Conselho Monetário Nacional”, apontou.

Izabela Correa afirmou que o Copom tem sido claro no compromisso de convergência e reiterou que, se aprovada, continuará perseguindo a meta de inflação.

Institucionalidade

Nilton David também defendeu a institucionalidade adotada pelo BC na política cambial, que prevê a intervenção apenas em casos de disfuncionalidade. Ele lembrou que as intervenções têm impacto apenas temporário na cotação do dólar e que, ao longo de 30 anos de carreira, nunca viu um país conseguir valorizar ou desvalorizar sua moeda apenas por meio de intervenções diretas no mercado.

“Em relação ao Banco Central intervir, eu não tenho a menor dúvida que a intervenção do Banco Central altera temporariamente o preço do câmbio, mas a minha experiência mostra que ela é apenas efêmera”, confirmou ele.

Correa e Vivan defenderam avanços na autonomia do BC. A indicada à diretoria de Relacionamento e Cidadania afirmou que a instituição ficou desfalcada pela falta de concursos.

“Existe também a necessidade de avançarmos em relação ao fortalecimento orçamentário e institucional do Banco Central do Brasil”, comentou, lembrando que as competências do BC cresceram, por exemplo, com o Pix.

Vivan disse ainda que a autarquia tem enfrentado uma falta de recursos financeiros, materiais e de pessoal para cumprir suas obrigações. Por isso, afirmou que é necessário garantir esses recursos ao longo do tempo, mas sem defender nominalmente a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 65, de autonomia financeira e orçamentária.

“Tendo em vista a importância desse órgão, é importantíssimo que a gente encontre formas de garantir recursos ao longo do tempo para que a organização cumpra a sua missão institucional”, afirmou.

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