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Inflação desacelera e alivia mais a população de renda alta, que vê deflação de 0,08% em maio

Indicador do Ipea registra queda em todos os grupos, mas para as famílias de renda muito baixa a redução foi menor, de 0,33%

Economia|Do R7

Para as famílias de renda mais baixa, a inflação ainda pesa
Para as famílias de renda mais baixa, a inflação ainda pesa

A inflação desacelerou na passagem de abril para maio em todas as faixas de renda familiar, mas aliviou mais o bolso da população de alta renda. Apesar da trégua generalizada, as famílias no extrato mais pobre ainda sentiram alta nos preços maior que a dos demais grupos, enquanto os mais ricos perceberam uma deflação, informou nesta terça-feira (13), o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda mostra que a inflação teve desaceleração de 0,33% em maio, contra 0,60% registrado em abril, para o segmento familiar de renda muito baixa. Para as famílias de renda alta, a inflação passou de 0,68% em abril para um recuo de preços de 0,08% em maio.

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O aumento de 1,1% dos produtos farmacêuticos no mês impactou especialmente as classes de menor poder aquisitivo, e o reajuste de 1,2% dos planos de saúde pressionou as faixas de renda mais alta, observou o Ipea.

A principal pressão inflacionária das famílias mais pobres foi o crescimento no custo da habitação, devido aos aumentos nas taxa de água e esgoto (2,7%) e na tarifa de energia elétrica (0,91%).


"Deve-se registrar, também, que, embora grande parte da desaceleração inflacionária observada em maio tenha vindo da deflação do grupo transportes, beneficiada pelas quedas de preços dos combustíveis (-1,8%) e das passagens aéreas (-17,7%), esse alívio se concentrou, sobretudo, nas faixas de rendas mais altas, tendo em vista o peso desses itens na cesta de consumo dessas famílias", explicou a técnica Maria Andreia Parente Lameiras, na Carta de Conjuntura do Ipea.

Ela completou: "No caso das classes com rendas mais baixas, além do menor benefício vindo da deflação desses dois itens, o reajuste de 2,8% das tarifas de ônibus urbano acabou impedindo uma contribuição mais favorável do grupo transportes à inflação dessas famílias em maio.".


Com o resultado, a inflação acumulada nos 12 meses encerrados em maio foi de 5,05% na faixa de renda alta, e de 4,17% na faixa de renda muito baixa.

O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), apurado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que é usado pelo Ipea para fazer o cálculo da inflação por faixa de renda, desacelerou 0,23% em maio, contra 0,61% registrado em abril. A taxa acumulada em 12 meses ficou em 3,94% em maio.

O indicador do Ipea calcula as variações de preços medidas pelo IPCA separadas em seis faixas de renda, que vão desde uma família com ganho mensal estimado menor que R$ 2.015,18, no caso da faixa com renda muito baixa, até o grupo com renda familiar acima de R$ 20.151,76 por mês, no caso da renda mais alta.

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