Inflação desacelera em março, mas preços dos alimentos e bebidas têm alta
IPCA ficou em 0,16% no mês passado, menor patamar para março desde 2020, segundo dados divulgados nesta quarta-feira pelo IBGE
Economia|Do R7, em Brasília
A inflação oficial do país voltou a desacelerar e ficou em 0,16% em março, informou nesta quarta-feira (10) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) teve uma queda de 0,67 ponto percentual em relação a fevereiro, quando variou 0,83%. Esse é o menor patamar para o mês desde 2020, quando variou 0,07.
No ano, o IPCA acumula alta de 1,42% e, nos últimos 12 meses, de 3,93%, abaixo dos 4,50% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. O teto da meta estabelecida pelo governo é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Em março de 2023, a variação havia sido de 0,71%.
Comida mais cara
O resultado deste mês foi influenciado pelos preços ligados à alimentação e bebidas, que tiveram alta de 0,53%. No grupo, a alimentação no domicílio desacelerou de 1,12% em fevereiro para 0,59% em março. Destacam-se as altas da cebola (14,34%), do tomate (9,85%), do ovo de galinha (4,59%), das frutas (3,75%) e do leite longa vida (2,63%).
A alimentação fora do domicílio (0,35%) também desacelerou em relação ao mês anterior (0,49%). Enquanto o lanche acelerou de 0,25% para 0,66%, o subitem refeição (0,09%) teve variação inferior à observada no mês de fevereiro (0,67%).
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, seis tiveram alta em março. Depois de alimentação e bebidas, o maior impacto veio do grupo saúde e cuidados pessoais (0,43%). O resultado foi influenciado pelas altas do plano de saúde (0,77%) e dos produtos farmacêuticos (0,52%). Destes, destacam-se o anti-infeccioso e antibiótico (1,27%) e o analgésico e antitérmico (0,55%).
Passagens aéreas mais baratas
Por outro lado, o grupo transportes registrou queda no índice de março (-0,33%), com recuo nos preços da passagem aérea (-9,14%). Em janeiro, este foi o subitem com maior impacto individual no índice (-15,24%). No ano passado, os bilhetes aéreos haviam puxado a inflação para cima, com alta de 47,24% entre janeiro e dezembro de 2023.
Preço dos combustíveis
Em março, entre os combustíveis (0,17%) pesquisados, etanol (0,55%) e gasolina (0,21%) tiveram alta, enquanto gás veicular (-2,21%) e óleo diesel (-0,73%) registraram recuo nos preços.
Inflação por região
Quanto aos índices regionais, todas as regiões, com exceção de Porto Alegre (-0,13%), tiveram alta em março. A maior variação foi registrada em São Luís (0,81%). Moradores de Belém, Aracaju, Goiânia, Recife, Fortaleza, Brasília, Rio Branco, Rio de Janeiro e Salvador também sentiram impacto mais forte dos preços em março, já que tiveram reajustes iguais ou acima da média brasileira.
Já o menor resultado – depois de Porto Alegre – foi registrado em Curitiba (0,03%).
INPC
O INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) — que considera o custo de vida das famílias com renda entre um e cinco salários mínimos — teve alta de 0,19% em março, acima do resultado observado em fevereiro (0,81%).
No ano, o índice acumula alta de 1,58% e, nos últimos 12 meses, de 3,40%, abaixo dos 3,86% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em março de 2023, a taxa foi de 0,64%.