Inflação vai estourar a meta pelo 3º ano seguido, projetam analistas
Mercado financeiro elevou expectativa de avanço do IPCA de 2023 de 5,36% para 5,39%, a quinta alta semanal seguida
Economia|Do R7
Depois de a inflação fechar 2022 acima do teto pelo segundo ano seguido, os analistas do mercado financeiro elevaram mais uma vez a expectativa de alta dos preços para este ano e preveem um novo estouro da meta preestabelecida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional).
O quinto avanço consecutivo indicado nesta segunda-feira (16) aumenta a estimativa de alta do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) para 5,39%, ante variação de 5,36% prevista na semana passada. Há quatro semanas, a expectativa era de um salto de 5,17% nos 12 meses, finalizados no próximo dezembro.
A nova estimativa mostra um distanciamento da inflação oficial da meta estabelecida pelo governo para o período, de 3,25%, com margem de tolerância de 1,5 ponto (de 1,75% para 4,75%).
Para este mês de janeiro, a previsão é de alta dos preços na casa de 0,5%. Já em fevereiro, os analistas preveem avanço de 0,7% do índice oficial de preços, alta superior à calculada há quatro semanas, de 0,66%.
Para 2024, a previsão para o índice oficial de preços permanece estável em 3,7%. Já as taxas para 2025 e 2026 foram novamente elevadas para, respectivamente, 3,5% e 3,22%.
Com as novas projeções, a aposta na cotação do dólar na chegada de 2023 se manteve em R$ 5,28. Para os preços administrados, como energia e combustíveis e planos de saúde, a expectativa voltou a subiu e passou de 6,79% para 6,95% neste ano.
Taxa de juros
Com as novas estimativas de alta dos preços, o mercado financeiro elevou de 12,25% para 12,5% ao ano a projeção da alta da taxa básica de juros para o fim deste ano. A taxa figura atualmente em 13,75% ao ano.
A percepção leva em conta que a taxa Selic é o principal instrumento para combater a inflação. Isso acontece porque, ao aumentar os juros, o BC encarece o crédito, reduz a disposição para consumir e estimula novas opções de investimento.
O movimento tende a puxar os preços para baixo em uma ação para equilibrar a oferta e a demanda pelos bens e serviços disponíveis na economia.
A projeção da taxa Selic para 2024 permaneceu estável, em 9,25% ao ano. Para 2025, no entanto, houve uma elevação das expectativas, e o aumento previsto para a Selic passou de 8% para 8,25% ao ano.