Juros do rotativo do cartão de crédito sobem a 445,7% ao ano
Taxa média cobrada aos consumidores que recorrem à modalidade subiu 4,4 pontos percentuais na comparação com o mês de julho
Economia|Do R7
A taxa média de juros cobrada dos consumidores no rotativo do cartão de crédito aumentou 4,4 pontos percentuais em agosto, de 441,3% para 445,7% ao ano, mostram dados revelados nesta quarta-feira (27) pelo BC (Banco Central).
Com a variação, a taxa aparece no maior nível desde maio (454% ao ano). O crédito rotativo também figura 46,1 pontos percentuais mais caro no acumulado dos últimos 12 meses e já saltou 33,8 pontos percentuais somente em 2023.
Na prática, o consumidor que cair no rotativo com uma dívida no valor de R$ 300 precisa desembolsar um adicional de R$ 1.337,10 para quitar o saldo devedor com a instituição financeira após um ano, totalizando uma dívida de R$ 1.637,10.
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A alta surge mesmo em meio à primeira queda da taxa básica de juros da economia em três anos. Até então, a Selic permaneceu por um ano estacionada no maior patamar desde 2017 (13,75% ao ano).
Outro vilão dos brasileiros, o cheque especial permaneceu com a taxa média de juros em 132% ao ano pelo segundo mês consecutivo. Apesar da estabilidade em relação ao mês de julho, o resultado representa uma alta de 3,6 pontos percentuais em 12 meses.
Em agosto, 66,8 milhões de brasileiros estavam negativados, o equivalente a quatro em cada dez consumidores, de acordo com a CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas). O resultado corresponde a uma pequena alta após dois meses consecutivos de queda.
Para auxiliar os endividados que sofrem com as taxas elevadas de juros, o governo federal lançou o Desenrola Brasil para renegociar dívidas. Em dez semanas, a iniciativa para ajudar a tirar os brasileiros do vermelho negociou quase R$ 14,3 bilhões em dívidas.
Alternativa
Para driblarem as taxas exorbitantes das modalidades, os consumidores podem aderir ao empréstimo consignado, que oferece desconto direto na folha de pagamento dos consumidores.
A taxa da linha de crédito recuou 0,6 ponto percentual e figura em 24,8% ao ano, de acordo com as Estatísticas Monetárias e de Crédito referentes ao mês de agosto, com queda em todos os segmentos da modalidade.
As taxas variam entre os grupos de profissionais, com a menor delas cobrada aos servidores públicos (23,8% ao ano). Para os beneficiários do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e trabalhadores do setor privado, as cobranças figuram em, respectivamente, 24% e 38,3% ao ano. Todas as taxas têm queda em relação ao mês de julho.