Mercado eleva estimativa de inflação e prevê alta menor do PIB
Analistas revisaram as projeções do IPCA para 5,78% e avaliam que a economia nacional deve crescer 0,79% neste ano
Economia|Do R7
Os analistas do mercado financeiro elevaram, pela oitava semana consecutiva, as expectativas para a inflação oficial de preços em 2023. Ao mesmo tempo, eles passaram a prever um crescimento econômico mais modesto neste ano.
Segundo dados divulgados nesta segunda-feira (6) pelo BC (Banco Central), o avanço estimado para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) subiu de 5,74% para 5,78% e a projeção de alta do PIB (Produto Interno Bruto) caiu de 0,8% para 0,79%.
Para o mês de janeiro, a previsão é de que a divulgação da próxima quinta-feira (9) apresente uma alta dos preços na casa de 0,55%. Já em fevereiro e março, os analistas projetam avanços de, respectivamente, 0,8% e 0,59% do IPCA, altas superiores à calculada na semana passada.
A nova expectativa mostra um distanciamento da inflação oficial da meta estabelecida pelo governo para o período, de 3,25%, com margem de tolerância de 1,5 ponto (de 1,75% para 4,75%).
Para 2024, a previsão para o índice oficial de preços subiu pela terceira semana seguida, de 3,9% para 3,93%. Enquanto isso, as expectativas para 2025 e 2026 permanecem estáveis em 3,5%. Já no caso do PIB, as perspectivas de alta seguem inalteradas, com as projeções de crescimento econômico de 1,5%, 1,89% e 2% nos próximos três anos, respectivamente.
Com as novas projeções, a aposta na cotação do dólar permanece em R$ 5,25. Para os preços administrados, como energia e combustíveis e planos de saúde, a expectativa voltou a subiu e passou para uma alta de 8,44% neste ano, 10º elevação seguida da estimativa.
Juros
Junto com as expectativas de altas maiores da inflação em 2024 e 2025, o mercado financeiro também passou a prever que a taxa básica de juros encerrará os anos em patamares ainda mais elevados.
Conforme as novas estimativas, a taxa Selic, atualmente em 13,75% ao ano, deve fechar os próximos dois anos em, respectivamente, 9,75% e 9,5% ao ano, ante altas anteriormente projetadas de 9,5% e 8,5% ao ano.
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Aumentar a taxa de juros funciona como um instrumento de política monetária para reduzir a inflação. Isso acontece porque os juros mais altos encarecem o crédito, reduzem a disposição para consumir e estimulam novas alternativas de investimento.
Em dezembro, ao manter a Selic no maior patamar dos últimos seis anos, o Copom (Comitê de Política Monetária) afirmou que o ambiente inflacionário continua desafiador e garantiu que "não hesitará" em retomar o ciclo de ajuste dos juros caso o processo de desinflação não transcorra como esperado.