A manutenção da inflação em nível elevado não alterou as apostas do mercado financeiro para a taxa Selic. Segundo dados apresentados nesta segunda-feira (6) pelo BC (Banco Central), os analistas mantiveram em 13,25% ao ano a previsão dos juros básicos após a última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) em 2022.
A trajetória de alta que levou a taxa básica ao atual patamar de 12,75% ao ano começou em março do ano passado, quando a Selic figurava em 2% ao ano, o menor valor da história. Caso a expectativa seja confirmada, a Selic alcançará o maior nível desde o início de 2017 (13% ao ano).
Mesmo com as perspectivas de que o BC vai apostar em novas altas da taxa básica de juros, os analistas elevaram as previsões de inflação para este ano. A nova expectativa prevê um salto de 8,89% do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) em 2022, ante previsão de 7,89% apurada há um mês.
Aumentar a taxa de juros funciona como um instrumento de política monetária para reduzir a inflação. Isso acontece porque os juros mais altos encarecem o crédito, reduzem a disposição para consumir e estimulam novas alternativas de investimento.
Os analistas também divulgaram suas expectativas para a Selic para 2023, com a aposta elevada para 9,75% ao ano, ante a taxa prevista em 9% no mês passado. O dado representa que haverá um período maior de juros em níveis elevados.