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Navegação entre portos, elogiada pela economia, não engata: só 29% da indústria utiliza modal

Pesquisa da CNI mostra que um em cada cinco empresários adotaria a cabotagem se houvesse infraestrutura adequada

Economia|Do R7, em Brasília

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • A cabotagem no Brasil, um meio de transporte marítimo entre portos do mesmo país, é subutilizada, com apenas 29% das indústrias adotando este modal.
  • Uma pesquisa da CNI revelou que 20% das empresas que não utilizam cabotagem estariam dispostas a adotá-la se houvesse infraestrutura adequada.
  • Embora 76% dos usuários da cabotagem desconheçam o programa BR do Mar, que visa estimular este modal, 90% dos que conhecem enxergam benefícios, principalmente na redução de custos.
  • Os principais obstáculos para a utilização da cabotagem incluem incompatibilidade geográfica, falta de rotas e maior tempo de trânsito, com potenciais de redução dos custos logísticos em até 13% caso o uso do modal seja ampliado.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Porto de São Francisco do Sul potencial da navegação de cabotagem no Brasil é pouco explorado, diz pesquisa Porto de São Francisco do Sul /Divulgação/Arquivo

A navegação de cabotagem, modalidade de transporte de cargas realizada entre portos de um mesmo país sem cruzar fronteiras internacionais, ainda é pouco explorada no Brasil. Embora tenha vantagens como a redução de custos, maior segurança contra roubos e menor impacto ambiental, apenas 29% da indústria utilizam o modal.

Os dados são de pesquisa divulgada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria).


O levantamento mostra que, entre as empresas que não usam a cabotagem, uma em cada cinco estaria disposta a adotar o transporte se houvesse condições adequadas de infraestrutura.

Cabotagem Arte/R7

O estudo também revela que 76% dos empresários que já utilizam o modal não conhecem o Programa de Estímulo ao Transporte por Cabotagem, o BR do Mar, em vigor desde julho.


Entre os entrevistados que conhecem o programa, nove em cada dez vislumbram algum benefício, sendo a redução de custos o principal deles. Para 85% das empresas que atuam na cabotagem e 70% das que ainda não utilizam o modal, a economia no escoamento das cargas é o maior atrativo.

“Apesar de uma costa litorânea extensa, ainda usamos pouco a navegação por cabotagem e os dados da pesquisa evidenciam esse potencial. Para a indústria, que transporta grandes cargas e volumes, a modalidade é um grande diferencial para a competitividade do setor. Por isso, o BR do Mar é tão relevante”, afirmou o diretor de Relações Institucionais da CNI, Roberto Muniz.


Cabotagem Arte/R7

Petróleo e derivados comandam

Atualmente, a cabotagem representa apenas 11% da matriz de transportes nacional, sendo 75% concentrada na movimentação de petróleo e derivados. Os principais entraves citados pelas empresas são a incompatibilidade geográfica (45%), a falta de rotas (39%), o maior tempo de trânsito (15%) e a distância até os portos (15%).

Para a analista de infraestrutura da CNI, Paula Bogossian, ampliar o uso do modal poderia reduzir significativamente os custos logísticos.


“Os custos de transporte no Brasil são elevados, uma vez que utilizamos equivocadamente o modal rodoviário em longas distâncias. Estimamos um potencial de redução dos custos logísticos em cerca de 13%, se houvesse um melhor equilíbrio na matriz de transportes do país”, afirmou.

Desejo das grandes empresas

O estudo indica ainda que grandes empresas têm mais propensão a usar a cabotagem: 44% delas já utilizam o modal, contra apenas 7% das pequenas. Outro dado é a distância média: cargas transportadas por cabotagem percorrem 1.213 km, ante 862 km em outros meios.

Muniz também ressaltou a importância ambiental da cabotagem.

“A lei tem o objetivo de incentivar a cabotagem. Entendemos a importância de termos embarcações sustentáveis, mas os parâmetros não podem comprometer a ampliação do uso do modal. A cabotagem já é seis vezes menos poluente que o transporte rodoviário, se considerados a distância e o volume transportado”, disse.

A consulta ouviu 195 empresas de 29 setores industriais em todas as regiões do país.

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