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O que explica os recordes consecutivos da Bolsa de Valores?

Elevação dos índices brasileiros reflete mudanças no panorama externo e indica confiança no mercado de ações e na economia do país, dizem especialistas

Economia|Jéssica Gotlib, do R7, em Brasília


B3 teve resultados recordes nos três primeiros dias desta semana Rovena Rosa/Agência Brasil - 15.09.2022

Nos últimos três dias, o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, a B3, atingiu recordes históricos consecutivos. Na segunda-feira (19), fechou em alta de 1,36%, alcançando 135.778 pontos. Na terça-feira (20), o Ibovespa superou novamente seu recorde, fechando a 136.087 pontos. Finalmente, na quarta-feira (21), o índice atingiu 136.463 pontos, marcando o terceiro dia consecutivo de recordes. Esses resultados são impulsionados pela expectativa de queda nas taxas de juros nos Estados Unidos e pelo otimismo com a economia brasileira, conforme explicam os especialistas ouvidos pelo R7.

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A recente movimentação na bolsa de valores brasileira tem sido impulsionada por dois fatores principais, conforme explica Ricardo Teixeira, coordenador do MBA em Gestão Financeira da FGV (Fundação Getulio Vargas). O primeiro é a busca por maior rentabilidade, que tem beneficiado a bolsa local. “O desempenho da nossa bolsa estava muito aquém do esperado, estava muito barata”, afirma Teixeira. Tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil, há uma expectativa de queda nas taxas de juros, o que influencia positivamente o mercado de ações.

Teixeira destaca que o crescimento econômico é um fator crucial para as empresas, pois permite prever lucros maiores. Nos EUA, a queda nas taxas de juros leva os investidores a buscar outras fontes de rentabilidade. “Cada situação é diferente, mas o aquecimento de grandes economias, como a chinesa e a japonesa, reflete positivamente nas empresas exportadoras”, explica.

A bolsa de valores, sendo um investimento de risco, sinaliza confiança no crescimento econômico e na queda das taxas de juros, embora tudo ainda precise se confirmar.


Roberto Piscitelli, economista da UnB (Universidade de Brasília), complementa que, apesar dos juros altos no Brasil, a desaceleração da economia americana e a alta probabilidade de queda dos juros nos EUA deslocam o interesse dos investidores para outros países, injetando recursos na economia brasileira. “Mesmo que sejam capitais voláteis, as ações estavam baratas por aqui, e nossos principais indicadores estão favoráveis”, observa.

Piscitelli ressalta, ainda, que os juros continuam anormalmente altos e que há um clamor exagerado por ajuste fiscal. “O país deve novamente ultrapassar as previsões de crescimento, apesar dos impasses em torno da Reforma Tributária e a proximidade das eleições”, conclui.


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