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Parcelar as compras já faz parte da cultura brasileira, afirma Serasa

Pesquisa mostra que 23% das pessoas optam por adiar pagamentos por costume, mesmo quando não há necessidade  

Economia|Do R7

Pesquisa mostra que parcelar compras faz parte da cultura dos brasileiros
Pesquisa mostra que parcelar compras faz parte da cultura dos brasileiros

Avaliar os comportamentos dos brasileiros na hora de pagar as contas e fazer dívidas, e verificar como o consumidor se prepara (ou não) para arcar com seus gastos foram alguns dos objetivos do levantamento Controle Financeiro no Brasil, encomendado pela Serasa ao Opinion Box. A empresa também queria entender melhor como a população enxerga o controle financeiro.

Ao todo, foram ouvidas 2.018 pessoas, de todas as regiões do país, e o resultado explica, em parte, a alta inadimplência do país. Fazer compras a prazo, por exemplo, é o primeiro passo para o endividamento e, segundo a pesquisa, 73% dos entrevistados adotam o parcelamento como método preferencial de pagamento. Desses, 23% deixam de saldar a conta à vista apenas por costume, e não por necessidade, sinal de um comportamento cultural, cuja causa pode ser atribuída ao uso do cartão de crédito, pois nove a cada dez consumidores recorrem a esse meio para conseguir comprar o que precisam.

“O parcelamento já se incorporou à realidade dos brasileiros porque muitos enxergam nessa forma de pagamento uma possibilidade de aumentar o poder de compra, o que não é uma verdade”, explica Patrícia Camillo, gerente da Serasa e especialista em finanças. “Quando não administrado, o parcelamento se transforma na famosa 'bola de neve', que estende e amplia o endividamento”, adverte.

Nas respostas à pesquisa, 47% dos entrevistados contaram que definem o número de prestações de acordo com o seu orçamento, enquanto 41% se mostraram mais preocupados com os juros embutidos no parcelamento. Foram citadas como justificativas para as compras feitas a prazo: o parcelamento (não) ter juros (41%); não gastar muito dinheiro de uma só vez (32%); acreditar que é melhor diluir o valor no tempo (30%); ter a sensação de que pode comprar mais (30%); parcelar gastos não planejados (27%); não dispor da quantia para o pagamento à vista (26%); e o costume de parcelar (23%).


Quanto ao planejamento financeiro, quase dez entre dez brasileiros concordaram que ele é fundamental para manter o equilíbrio econômico, mas apenas seis a cada dez confirmaram ter o hábito de controlar seu dinheiro.

Além disso, 88% dos entrevistados contaram ter passado, nos últimos 12 meses, por alguma dificuldade causada pela falta de controle financeiro. Quatro em cada dez brasileiros admitiram ter gastado mais do que pretendiam em um mês, e 24% falaram que se arrependeram das compras realizadas por impulso.


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“A pesquisa confirma que planejamento, controle e educação financeira devem ser associados diretamente à saúde e ao equilíbrio financeiro das pessoas e das famílias. Quanto mais organizado financeiramente, menos o consumidor frequenta as planilhas de inadimplência”, diz Patricia.

Entre os consumidores que disseram realizar algum tipo de controle sobre suas finanças, 57% afirmaram que o objetivo é “melhorar a gestão do seu próprio dinheiro”. Para 52% dos participantes, o controle das finanças é voltado para gerar uma “reserva de emergência”. E 49% revelaram que controlam e economizam dinheiro para “realizar um objetivo futuro”.


O cartão de crédito e o extrato da conta bancária são consideradas as duas principais formas de controle financeiro do brasileiro. Pelo menos 48% dos entrevistados disseram que usam a fatura do cartão como uma bússola de suas finanças pessoais, e 47% afirmaram que têm noção de sua situação financeira porque acompanham o extrato bancário on-line. Chama a atenção o fato de 33% ainda anotarem as despesas em papel, enquanto 32% já usam planilhas digitais.

Pagamento de contas e endividamento

Dentre as estratégias para não se esquecerem de pagar as contas, 49% dos brasileiros que responderam à pesquisa disseram que mantêm os vencimentos em dias próximos, e 44% preferem fazer os pagamentos assim que recebem as faturas, independentemente do dia de vencimento.

Quanto aos meios de pagamento preferidos dos consumidores, 69% optam pelo Pix e cartão de crédito.

Os empréstimos são mais populares do que se imagina: 75% dos entrevistados já pediram um empréstimo em algum momento de sua vida, e 66% recorreram a alguma modalidade de crédito nos últimos 12 meses.

O empréstimo pessoal foi o tipo de contrato de crédito mais realizado em 2022 (53%), seguido pelo crédito consignado (29%), e pelo cheque especial (24%). Os principais motivos para a realização de empréstimos neste período foram o pagamento de dívidas do cartão de crédito (22%) e de despesas inesperadas (17%).

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