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Petroleiros vão acionar Justiça e CVM para barrar pagamento bilionário da Petrobras a acionistas

Estatal promete desembolsar R$ 22 bilhões em dividendos referentes aos lucros do 3º trimestre de 2022 nesta quinta-feira (19)

Economia|Do R7

Sindicato argumenta que lucro da Petrobras teve origem na venda de ativos
Sindicato argumenta que lucro da Petrobras teve origem na venda de ativos

Petroleiros adotarão novas medidas judiciais e administrativas em busca de suspender o pagamento de dividendos da Petrobras de cerca de R$ 22 bilhões previsto para esta quinta-feira (19), disse em nota a FUP (Federação Única dos Petroleiros).

As medidas serão endereçadas juntamente com as da Anapetro, associação que representa os petroleiros acionistas minoritários da Petrobras. "Vamos reforçar o pedido de liminar à ação que está em curso na Justiça Federal do Rio de Janeiro, para que seja concedida, com urgência, medida barrando o pagamento", disse o advogado Angelo Remédio, da Advocacia Garcez, que representa a FUP e a Anapetro no processo.

O sindicato quer suspender os pagamentos de dividendos argumentando que "grande parte do lucro da empresa veio da venda de ativos" e da "dolarização" dos preços de combustíveis, e que o novo governo deveria decidir sobre o assunto. As duas entidades também vão encaminhar ofício à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), contestando a operação.

Procurada, a Petrobras não respondeu imediatamente a pedido de comentários.


A distribuição de dividendos prevista para quinta-feira é a metade do pagamento de R$ 43,7 bilhões referentes aos resultados do terceiro trimestre de 2022, segundo a FUP. A primeira parcela foi paga em dezembro.

As novas iniciativas se somam às medidas adotadas pelo advogado em novembro último contra pagamentos de dividendos efetuados em 2022: representação junto ao TCU (Tribunal de Contas da União) e Ministério Público de Contas, além de denúncia à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e PGR (Procuradoria-Geral da República).


Na nota, o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, reiterou que o grupo de trabalho de Minas e Energia do governo de transição havia pedido à petroleira, no ano passado, que os pagamentos de dividendos fossem suspensos, pois a futura administração deveria decidir sobre o tema. Bacelar reafirmou considerar os recentes dividendos pagos pela estatal "abusivos e imorais".

"A gestão bolsonarista transformou a Petrobras na maior pagadora de dividendos do mundo, superando em muito suas concorrentes no mercado do petróleo, transferindo riqueza do cidadão brasileiro para acionistas, sobretudo para acionistas privados e estrangeiros. Grande parte do lucro da empresa veio da venda de ativos e da dolarização dos derivados de petróleo, que chegam à população com altos preços", disse o coordenador-geral da FUP.

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