A Polícia Federal encaminhou ao MPF (Ministério Público Federal) na segunda-feira (9) o inquérito concluído contra os irmãos Joesley e Wesley Batista, donos do frigorífico JBS. Os dois são investigados em um caso de uso de informações privilegiadas e manipulação do mercado financeiro. Os dois já haviam sido indiciados no mês passado. Eles permanecem presos em São Paulo desde a metade de setembro, quando foi deflagrada a operação Tendão de Aquiles. Os irmãos Batista são suspeitos de usar informações referentes à própria delação premiada que fizeram para proteger as empresas das quais são sócios de eventuais prejuízos. Joesley teria atuado na venda e compra de ações e Wesley no mercado de câmbio. Segundo o MPF, a holding J&F e a subsidiária JBS deixaram de perder cerca de R$ 138 milhões com a venda e recompra de ações, além de terem lucrado cerca de R$ 100 milhões com uma operação de câmbio realizada na véspera da divulgação da delação. A defesa tenta, desde a prisão, que os executivos respondam em liberdade. Porém, ontem, o TRF-3 (Tribunal Regional da 3ª Região) negou mais um pedido. Os desembargadores foram unânimes e entenderam que Joesley e Wesley viram a oportunidade de lucro fácil mediante o cometimento de novos crimes.