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Polícia Federal investiga fake news atribuída a Gabriel Galípolo sobre a moeda dos Brics

Abertura de inquérito foi confirmada nesta sexta e atende a pedido da AGU (Advocacia-Geral da União)

Economia|Rafaela Soares, do R7, em Brasília

Falas também citavam 'alta artificial' do dólar Lula Marques/Agência Brasil/Arquivo

A Polícia Federal confirmou nesta sexta-feira (20) que abriu um inquérito para apurar a publicação com falas falsas atribuídas a Gabriel Galípolo, futuro presidente do Banco Central, sobre a moeda dos Brics. A fake news dizia que a alta do dólar era artificial, com a meta de reduzir valor até 2025. As publicações foram feitas em um perfil na rede social X (antigo Twitter), com 3.500 seguidores, mas foram republicadas por contas maiores. A abertura do inquérito atende a um pedido da AGU (Advocacia-Geral da União), que defende que as desinformações foram espalhadas visando o lucro com a alta do dólar. No dia, a moeda americana fechou a R$ 6,09, mas chegou a ser cotada a R$ 6,20.

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A AGU pediu “que sejam instaurados procedimentos policial e administrativo, respectivamente, para apuração de possíveis crimes contra o mercado de capitais, a partir da veiculação, em redes sociais, de desinformação envolvendo a política monetária brasileira, o Banco Central e seu futuro presidente, Gabriel Galípolo”.

Segundo a AGU, “as postagens trazem posicionamentos desprovidos de qualquer fundamento, prontamente desmentidos pelo Bacen, mas que ganharam repercussão significativa no mercado financeiro e em páginas e perfis especializados em análise econômica, fato que gerou impactos negativos na cotação do dólar”.

A Procuradoria Nacional da União de Defesa da Democracia, vinculada à AGU, foi acionada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. No ofício enviado à PF e à CVM, a Procuradoria afirma que “a desinformação, ao interferir diretamente na percepção do mercado, comprometeu a eficácia da política pública federal de estabilização cambial, evidenciando o elevado potencial lesivo de boatos neste contexto”.


“Sabe-se que há relação direta entre a cotação de moeda estrangeira, notadamente o dólar, e os preços dos valores mobiliários negociados em bolsas de valores, tanto que a recente elevação do valor da moeda americana veio acompanhada de queda no montante de valores negociados no mercado de capitais”, detalha trecho do documento.

Segundo a AGU, o ocorrido pode ter configurado crime contra o mercado de capitais (manipulação do mercado). Galípolo assume o Banco Central em janeiro. Ele foi indicado para o posto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e aprovado em sabatina no Senado. O economista é o atual diretor de Política Monetária do Banco Central.


Falas

Na terça, a moeda americana chegou a ser cotada a R$ 6,20, mas fechou o dia em R$ 6,09. O perfil no X (antigo Twitter) que fez as postagens tinha cerca de 3.500 seguidores. Foram publicadas afirmações atribuídas a Galípolo como a de que a “moeda do Brics nos salvaguardaria da extrema influência que o dólar exerce no nosso mercado”.

Em outra afirmação, foi atribuído falsamente a Galípolo que ele teria dito que a alta do dólar é artificial e a meta seria retornar o dólar a R$ 5 ainda em 2025. A página saiu do ar no fim do dia, mas antes disso algumas das postagens chegaram a ser republicadas por analistas e influenciadores financeiros.

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