Puxada pela energia elétrica, prévia da inflação volta a ganhar ritmo em agosto
Segundo o IBGE, aumento médio dos preços de 0,28% sofreu impacto de reajustes da tarifa de luz em São Paulo, Curitiba e Porto Alegre
Economia|Do R7
Após cinco meses consecutivos de perda de ritmo, a prévia da inflação voltou a acelerar em agosto, ao marcar 0,28%. Os dados são do IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (25).
O principal vilão da inflação em agosto, até agora, é a energia elétrica. Ela puxou os preços do grupo habitação (1,08%). A contribuição foi de 0,16 ponto percentual no total.
Em média, a tarifa de energia elétrica residencial está 4,59% mais cara no país. As capitais que mais colaboraram para a escalada dos preços da luz foram: Curitiba, onde o reajuste de 10,66% teve vigência em junho; Porto Alegre, com alta de 2,92%; e São Paulo, onde a conta de energia está, em média, 4,21% mais cara.
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O segundo grupo de produtos e serviços que mais afetaram os preços em agosto foi saúde e cuidados pessoais. Os itens para tratamento de pele ficaram 8,57% mais pesados no bolso do brasileiro, seguidos por perfumes (2,94%).
Em seguida, o grupo educação (0,71%) também teve expansão. Os cursos regulares subiram 0,74%, principalmente por conta dos subitens creche (1,91%) e ensino superior (1,12%).
A alta dos cursos diversos (0,06%) foi influenciada pelos cursos preparatórios (1,22%) e cursos de idiomas (0,14%).
Por sua vez, transportes (0,23%) teve aceleração moderada. O conjunto deve apresentar alta forte nos próximos meses, já que a Petrobras elevou os preços cobrados dos combustíveis enviados às refinarias no dia 16.
Porém, como o IPCA-15 de agosto foi medido entre os dias 16 de julho e 15 de agosto, a expansão nos postos de gasolina ainda não foi apurada pela estatística.
Inflação acumulada e meta
Com o resultado, o IPCA-15 agora acumula alta de 4,24% nos últimos 12 meses. Esse patamar está acima do centro da meta preestabelecida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), de 3,25%. Há margem de tolerância de 1,5 ponto (de 1,75% para 4,75%).
Para o C6 Bank, esse cenário "confirma nossa visão de que o menor patamar de inflação já passou e, daqui para a frente, os preços vão continuar subindo".
Com as recentes desacelerações mensais da inflação, desde fevereiro, o Banco Central cortou em 0.5 p.p a taxa básica de juros da economia brasileira. A Selic foi reduzida para 13,25% ao ano.
Ou seja, com os preços voltando a subir nos próximos meses, principalmente por causa dos combustíveis, esse processo de corte nos juros deve ser impactado.
Segundo projeção do C6, a inflação anual no fim de 2023 será de 5,4%.