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Prévia da inflação desacelera com queda da luz e tem menor nível para janeiro desde 1994

Por outro lado, preço da alimentação em casa impediu diminuição maior dos preços, já que tomate e café ficaram mais caros

Economia|Clarissa Lemgruber, do R7, em Brasília

IPCA-15 ficou em 0,11% em janeiro Alexandre Vieira/Estadão Conteúdo/04.03.2013

A prévia da inflação, medida pelo IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15), desacelerou na passagem de dezembro para janeiro e marcou 0,11%, o menor nível para o mês da série histórica iniciada em 1994, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (24).

Os preços subiram em ritmo menor em razão da queda do custo com energia elétrica residencial, agora com tarifária bandeira verde em vigor.

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Nos últimos 12 meses, o IPCA-15 acumula alta de 4,5%, abaixo dos 4,71% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. O indicador está exatamente em cima do teto da meta do governo.

Para efeitos de comparação, em janeiro de 2024, o IPCA-15 foi de 0,31%. O indicador teve uma queda de 0,23 ponto percentual em relação a dezembro, quando marcou 0,34%.


Preços para o brasileiro

Tomate ficou quase 20% mais caro na passagem de dezembro para janeiro no país Helena Pontes/Divulgação/Agência IBGE Notícias

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito tiveram resultado positivo em janeiro. O grupo alimentação e bebidas apresentou a maior variação, 1,06%, e o maior impacto, 0,23 ponto percentual, no índice do mês, seguido do grupo transportes (1,01%).

Por outro lado, o grupo habitação (-3,43%) registrou deflação, ajudando a conter o índice de janeiro.


A energia elétrica residencial foi o subitem com o maior impacto negativo no índice, ao recuar 15,46% no mês. A queda ocorreu em decorrência da incorporação do Bônus de Itaipu, creditado nas faturas emitidas no mês de janeiro.

Os demais grupos ficaram entre os 0,72% de artigos de residência e os 0,15% de comunicação.


No grupo alimentação e bebidas, a alimentação no domicílio registrou variação de 1,1% em janeiro. Contribuíram para esse resultado os aumentos do tomate (17,12%) e do café moído (7,07%). No lado das quedas, destacaram-se a batata-inglesa (-14,16%) e o leite longa vida (-2,81%).

A alimentação fora do domicílio subiu novamente em janeiro, com o lanche e a refeição em restaurantes levemente mais salgadas para o bolso do consumidor.

Passagem aérea mais cara

No grupo dos transportes, a passagem aérea subiu 10,25%. Em 2023, os bilhetes aéreos haviam puxado a inflação para cima, com alta de 47,24% entre janeiro e dezembro daquele ano.

No segmento dos combustíveis, houve aumentos nos preços do etanol (1,56%), do óleo diesel (1,1%), do gás veicular (1,04%) e da gasolina (0,53%).

Preços por região

Quanto aos índices regionais, a maior variação foi observada em Goiânia (0,53%), por conta das altas da gasolina (5,77%) e do etanol (12,29%). Já o menor resultado ocorreu em Porto Alegre (-0,13%) em razão da queda na energia elétrica residencial (-16,84%) e da batata-inglesa (-21,62%).

Moradores de Salvador, Brasília, Fortaleza, Curitiba e Belo Horizonte também sentiram impacto dos preços em janeiro, já que tiveram reajustes acima da média brasileira.

Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 13 de dezembro de 2024 a 14 de janeiro de 2025 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 13 de novembro a 12 de dezembro de 2024 (base).

O indicador leva em consideração famílias com rendimento de 1 a 40 salários-mínimos.

Lula e o preço dos alimentos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva discute com parte de sua equipe medidas para diminuir os preços dos alimentos. A tendência é que os ministros ajustem os últimos pontos antes de anunciar quaisquer medidas sobre o assunto.

A alta dos preços dos alimentos tem acendido o alerta no governo nos últimos dias e passou a figurar no centro dos debates depois de quarta (22), após uma declaração do ministro da Casa Civil, Rui Costa. Segundo ele, o governo federal buscava um “conjunto de intervenções que sinalizem para um barateamento dos alimentos”.

A fala gerou repercussão e questionamentos sobre o tipo de intervenção a ser tomada. A Casa Civil emitiu então uma nota para negar que o governo promoverá uma “intervenção de forma artificial”.

O órgão informou que “não está em discussão intervenção de forma artificial para reduzir preço dos alimentos. O governo discutirá com os ministérios e produtores de alimentos as medidas que poderão ser implementadas”, destacou, em comunicado, a assessoria da pasta.

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