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Previsão para 2023 tem inflação maior e juros altos por mais tempo

Estimativa passou de 5,17% para 5,23% no próximo ano, após aprovação da PEC do estouro, que permite gasto maior do governo

Economia|Do R7


Consumidores em açougue no bairro de Santa Cecília, região central de São Paulo
Consumidores em açougue no bairro de Santa Cecília, região central de São Paulo

O brasileiro deverá conviver mais tempo com a alta de preços. Após a aprovação da PEC do estouro, que expande gastos do governo, o mercado financeiro aumentou a projeção para a inflação em 2023. A previsão para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) passou para 5,23%, contra 5,17% da semana passada.

Com isso, a taxa básica de juros também teve a estimativa elevada para fechar 2023 em 12% ao ano, contra 11,75% ao ano previstos na semana passada.

A previsão consta na edição de hoje (26) do Boletim Focus, pesquisa divulgada semanalmente pelo BC (Banco Central) com a expectativa de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.

Promulgada na última quarta-feira, a PEC do estouro abre espaço no Orçamento de 2023 para bancar os compromissos feitos pelo presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante a campanha eleitoral. A medida expande em R$ 145 bilhões as despesas do governo, o que fez aumentar as incertezas do mercado.

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Além disso, a inflação voltou a ficar positiva. A prévia da inflação de preços em dezembro subiu 0,52%, de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Com a variação, o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) termina 2022 acima do teto da meta pelo segundo ano consecutivo. 

Para tentar alcançar a meta de inflação, o BC usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 13,75% ao ano pelo Copom (Comitê de Política Monetária). A taxa está no maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava nesse patamar.

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A próxima reunião do Copom está marcada para 31 de janeiro e 1° de fevereiro de 2023. Para o mercado financeiro, a expectativa é que a Selic seja mantida nos mesmos 13,75% ao ano nessa primeira reunião. Mas, para o fim de 2023, a estimativa é que a taxa básica fique em 12% ao ano, contra 11,75% ao ano previstos na semana passada. Já para 2024 e 2025, a previsão é de que a Selic chegue a 9% ao ano e 8% ao ano, respectivamente.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia. Além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.

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Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduza o controle sobre a inflação e estimule a atividade econômica.

Para fechar o ano

Já a expectativa para fechar este ano caiu de 5,76% para 5,64%. Para 2024 e 2025, as estimativas são de inflação em 3,6% e 3,2%, respectivamente.

A previsão para 2022 está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional, de 3,5% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. O limite inferior seria de 2% e o superior, de 5%.

Da mesma forma, a projeção do mercado para a inflação de 2023 também está acima do teto previsto. Para 2023 e 2024, as metas fixadas são de 3,25% e 3%, respectivamente, também com os intervalos de tolerância de 1,5 ponto percentual. Ou seja, para 2023, os limites são de 1,75% e 4,75%.

Puxada pelo aumento de preços de combustíveis e alimentos, em novembro, a inflação subiu 0,41%. Com o resultado, o IPCA acumula alta de 5,13% no ano e 5,9% em 12 meses, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

PIB e câmbio

A projeção das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira neste ano foi ajustada para 3,04%, frente a 3,05% na semana passada. Para 2023, a expectativa de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, foi mantida em 0,79%. Para 2024 e 2025, o mercado financeiro revisou a previsão de aumento do PIB de 1,67% para 1,5% e de 2% para 1,9%, respectivamente.

Já em relação à projeção para a cotação do dólar, a estimativa está em R$ 5,25 para o fim deste ano. Para o fim de 2023, a previsão é que a moeda americana fique em R$ 5,27, contra R$ 5,26 na semana passada.

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