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Produção de veículos é afetada por paralisações de fábrica e cancelamentos de turno

Com férias coletivas e resfriamento da demanda, setor fechou o primeiro trimestre com 50 mil unidades entregues a menos do que no período pré-pandemia, mostra Anfavea

Economia|Do R7

Crise no setor automotivo é diferente da enfrentada no ano começo de 2022
Crise no setor automotivo é diferente da enfrentada no ano começo de 2022

O aumento de 8% da produção de automóveis no primeiro trimestre de 2023, na comparação com o mesmo período do ano passado, foi insuficiente para que o setor recuperasse os níveis pré-pandemia. De acordo com a Anfavea, o setor foi impactado por paralisações de fábrica e cancelamentos de turno.

Apesar da melhora nos números em março, a produção acumulada entre janeiro e março, de 538 mil unidades, ainda é cerca de 50 mil unidades menor do que a contabilizada nos primeiros três meses der 2020, o primeiro ano com impacto do novo coronavírus no desempenho da atividade econômica nacional.

O presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Márcio de Lima Leite, observa que a crise atual é diferente daquala que prejudicou o setor automotivo no começo do ano passado, quando a crise dos semicondutores estava no auge

“Nesses três primeiros meses tivemos oito paralisações de fábrica e dois cancelamentos de turno, algo semelhante às paradas verificadas no início de 2022. A diferença é que no ano passado o motivo era somente a falta de componentes, enquanto agora já há outros fatores provocando férias coletivas, como o resfriamento da demanda”, explica ele.


No primeiro trimeste, as vendas acumuladas de autoveículos somaram 472 mil unidades, crescimento de 16,3% na comparação com o mesmo período do ano passado. O avanço, que poderia indicar sinais de recuperação, mas Leite destaca que a base de 2022 é muito baixa, já que faltavam carros nas concessionárias. Em relação aos volumes de antes da pandemia, a defasagem é superior a 20%.

“A fotografia do momento seria pior se não fossem as boas vendas para locadoras em março, 28% do total. Essas empresas ainda têm uma considerável demanda reprimida, mas isso não vai sustentar nossos volumes por tanto tempo caso não haja uma reação mais forte no varejo, o que depende de melhorias nas condições de financiamento, entre outras medidas para reaquecer o mercado”, analisa Leite.


No final do mês de março, a CNI (Confederação Nacional da Indústria) criticou a decisão do BC (Banco Central) de manter a taxa básica de juros no maior patamar desde 2017 e disse que o veredito é desnecessário para o combate à inflação e apenas traz custos adicionais para o avanço da economia.

Em meio à crise, marcada pelo ambiente de um endividamente recorde e elevado custo para financiar um veículo novo, as montadoras optaram pela concessão de férias coletivas aos seus funcionários na tentativa de reverter os impactos causados pela atual queda de venda de veículos.

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