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Produção industrial abre 2023 com queda de 0,3%, mostra IBGE

Puxado pelas quedas de produtos farmacêuticos e automóveis, resultado negativo mantém o setor em patamar 2,3% abaixo do período pré-pandemia

Economia|Do R7

Produção de veículos automotores recuou 6% em janeiro
Produção de veículos automotores recuou 6% em janeiro

Depois de fechar 2022 com queda de 0,7%, a produção industrial brasileira abriu 2023 com queda de 0,3%, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (30) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Com o movimento, o setor responsável por cerca de 20% do PIB (Produto Interno Bruto) figura 2,3% abaixo do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 18,8% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011.

O resultado negativo de janeiro vem após uma variação nula (0%) em dezembro do ano passado, quando interrompeu dois meses consecutivos de crescimento, período em que acumulou expansão de 1,5%.

“Embora a produção industrial tenha mostrado alguma melhora de comportamento no fim do ano, uma vez que marcou saldo positivo nos últimos meses de 2022, inicia o ano de 2023 com perda na produção, e permanece longe de recuperar as perdas do passado recente”, explica André Macedo, gerente da pesquisa.


O pesquisador recorda que, em janeiro de 2021, a indústria chegou a superar o patamar pré-pandemia e operar 4% acima do nível de fevereiro de 2020. Porém, ele afima que questões tanto na demanda doméstica quanto na oferta afetaram o ritmo da produção.

“Além dos fatores que impactam na renda disponível das famílias, a indústria também foi afetada por restrições de oferta, dificuldades de obtenção de matérias-primas, componentes eletrônicos e insumos para a produção dos bens finais”, analisa Macedo.


Na comparação com janeiro de 2022, setor industrial cresceu 0,3%, com resultados positivos dos ramos de produtos alimentícios (+4,6%), farmoquímicos e farmacêuticos (+34,1%), indústrias extrativas (+2%) e outros equipamentos de transporte (+27%).

Segmentos

Na passagem de dezembro para janeiro, três das quatro grandes categorias econômicas e 11 dos 25 ramos pesquisados mostraram recuo na produção. Entre as atividades, as influências negativas mais importantes foram de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-13%), veículos automotores, reboques e carrocerias (-6%), produtos alimentícios (-2,1%).


Segundo Macedo, o setor automotivo foi influenciado pela redução na produção de caminhões a partir de janeiro de 2023, devido a transição para uma nova tecnologia que reduz a emissão de gases poluentes.

A desaceleração, que intensifica a queda de 3,7% apurada em dezembro do ano passado, já foi refletida em outros indicadores produtivos e confirmada pela decisão de algumas montadoras, que concederam férias coletivas para milhares de funcionários nos últimos dias.

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Sobre os produtos farmoquímicos, Macedo destaca que a volatilidade é uma característica do setor. “Além de ser uma atividade que mostra oscilações acentuadas de um mês para o outro, há também uma base de comparação elevada, pois o setor vem de uma sequência de três meses no campo positivo, com um ganho acumulado de 27,1%”, declara.

No caso dos produtos alimentícios, o pesquisador avalia que a atividade vinha de três meses consecutivos de crescimento, período em que acumulou alta de 19,7%. “Além dessa base de comparação elevada, dois grupamentos chamam atenção: açúcar e carnes, tanto de bovinos quanto aves e suínos. Porém, esse comportamento negativo, até aqui, é algo muito mais pontual do que propriamente uma trajetória descendente desse segmento”.

O principal impacto positivo positivo para a indústria em janeiro, por sua vez, partiu do setor extrativo, com alta de 1,8% após dois meses no campo negativo, que acumularam queda de 7,7%. “Além da base depreciada, tanto o petróleo como gás natural apresentaram crescimento, justificando o avanço”, avalia Macedo.

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